quarta-feira, 1 de abril de 2015

PT terceiriza o financiamento privado de campanha: em vez do Vaccari recolher a bufunfa para todos, cada petista terá que ir buscar a sua parte direto no "doador". Sai a mochila, volta a cueca.

As principais correntes internas do PT estão próximas de um acordo que prevê a proibição de instâncias do partido receberem doações de empresas privadas. O PT pretende compensar a perda criando uma ferramenta digital para coleta de doações dos mais de um milhão de filiados. Pela proposta, candidatos do partido a cargos eletivos estão liberados para receber doações privadas, mas assumirão totalmente a responsabilidade pela origem dos recursos. A proibição faz parte da tese elaborada pela corrente Mensagem ao Partido para a segunda etapa do 5º Congresso Nacional do PT, marcado para junho. Conta com o apoio do Movimento PT, segunda maior corrente interna da legenda, dos presidentes dos 27 diretórios estaduais reunidos na segunda-feira, 30, em São Paulo e de lideranças importantes, como o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio "Top Top" Garcia. A idéia surgiu na semana passada, depois que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, se tornou réu da Operação Lava Jato. Vaccari é acusado de receber propinas de empresas fornecedoras da Petrobrás em forma de doações legais ao partido e seus candidatos. Ele nega as acusações. Um alto dirigente do partido, favorável à proibição, argumentou que, se na leitura da oposição, financiamento privado é “propina” apenas para o PT, enquanto para os demais é “doação legal”, então, segundo o dirigente, a melhor saída é mesmo acabar de vez com “essa palhaçada”. A proposta amadureceu na segunda-feira, durante reunião entre o ex-presidente e alcaguete Lula X9 (ele delatava companheiros para o Dops paulista durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr, em seu livro "Assassinato de reputações", a executiva nacional do PT e os presidentes dos 27 diretórios estaduais do partido. Entre as principais forças políticas internas, apenas um setor da corrente majoritária Construindo Um Novo Brasil (CNB) resiste à ideia. Durante a reunião de segunda-feira, apenas a secretária de Relações Internacionais, Monica Valente, mulher do ex-tesoureiro Delúbio Soares, preso condenado no processo do Mensalão do PT, foi contra a proposta. “Não tem consenso nisso”, disse ela, de acordo com participantes da reunião. Embora seja pessoalmente favorável ao fim das doações empresariais, Falcão foi cauteloso. “Ainda tem muita dúvida sobre isso, pois os outros partidos vão continuar recebendo”, disse ele.

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