quarta-feira, 1 de abril de 2015

SÃO PAULO FAZ ACORDO COM UNIÃO E ADIA MUDANÇA DO INDEXADOR

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta terça-feira, 31, que vai aceitar o acordo do governo federal de adiar para 2016 a mudança no indexador da dívida dos municípios e Estados. Em conversa por telefone com Haddad, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, teria adiantado os detalhes da proposta a ser apresentada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta terça-feira, 31: "A ideia é como se nós, municípios, ajudássemos ele (governo federal) este ano e ele nos ajudasse no ano que vem a fechar as contas. Penso que é um ganha-ganha importante para União no momento em que ela precisa de apoio". Em seguida, completou: "É o melhor dos mundos? É o que a situação permite. Se é o que a situação permite e é bom, contempla os dois lados, é melhor um acordo do que uma disputa". Para Haddad, esta é a primeira vez que há uma "proposta concreta na mesa" do governo federal, que vinha postergando a regulamentação da lei. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff chegou a afirmar que não tinha condições de bancar a troca do indexador devido à crise econômica. O prefeito afirmou que o acordo é um "encontro de anseios". "Abriu-se uma negociação, vamos ouvir a outra parte, me parece que há boa fé na proposta. Então vamos considerá-la", afirmou o prefeito. Haddad disse ter conversado também com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), que concordaria em sair da disputa judicial caso fosse formalizado o acordo para beneficiar os municípios no ano que vem. "O que o Eduardo Paes me falou é o seguinte: prefiro sair da disputa judicial por um acordo que é bom para os dois lados do que me manter numa disputa judicial. O que o Paes quer é: não brigar com a União. Quer saída", afirmou. No dia 24 de março, o prefeito do Rio de Janeiro entrou com ação judicial para obrigar o governo federal a regulamentar a lei sancionada no ano passado pela presidente Dilma. A lei prevê uma mudança no indexador de cobrança das dívidas regionais, para que possam ser corrigidas pela taxa Selic ou pelo IPCA - o que for menor - mais 4% ao ano. Atualmente, os débitos de prefeituras e governos estaduais com a União são corrigidos pelo IGP-DI mais 6% a 9% ao ano, índice mais oneroso.

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