sexta-feira, 8 de maio de 2015

A petista Dilma Rousseff vai tirar ministério do Trabalho do PDT


Concluída a votação da primeira medida do ajuste fiscal, líderes da base governista e assessores presidenciais decidiram pedir nesta quinta-feira (7) a Dilma Rousseff a saída do ministro Manoel Dias (Trabalho), do PDT. Na avaliação de aliados e ministros, a posição do ministro ficou insustentável depois que todos os 19 deputados do partido presentes à votação de quarta-feira (6) traíram a presidente e votaram contra o texto básico da Medida Provisória 665, que restringe o acesso a benefícios trabalhistas. A insatisfação foi transmitida pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) a Dilma, que ficou de avaliar a questão nos próximos dias. A expectativa no Palácio do Planalto é que a presidente opte pela demissão de Manoel Dias (foto) para usar o caso como exemplo. A decisão só deve ser tomada depois de concluída a votação das demais medidas do ajuste fiscal na Câmara. O governo precisa ainda votar a MP 664, que restringe benefícios previdenciários, e o projeto de lei que reduz as vantagens da política de desoneração da folha de pagamento. Segundo um assessor palaciano, é admissível que haja traições em alguns partidos, como ocorreu em todas as siglas governistas, mas não é tolerável uma votação em bloco contra o governo, como ocorreu com o PDT. "Não me cabe dizer qual é o futuro da bancada do PDT. Me cabe dizer o seguinte: base é base, tem que ser base de manhã, de tarde e de noite", disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). O PT pretende assumir a pasta do Trabalho se Manoel Dias for demitido. O ministro mandou dizer, por meio de sua assessoria, que o voto contra o governo foi uma decisão da bancada, e não do partido. E que ele continua a favor da aprovação da MP. Após muita confusão, a Câmara concluiu a votação da MP 665 nesta quinta, rejeitando todas as emendas que tentavam alterar o texto. A vitória governista ocorreu com margem mais folgada do que a de quarta, quando o texto principal da MP 665 foi aprovado por uma diferença de apenas 25 votos e com a ajuda de votos da oposição. A MP segue agora para o Senado. A principal emenda desta quinta, do DEM, tentava anular o endurecimento das regras do seguro-desemprego. Por 258 votos a 195, o plenário manteve o texto. Assim como na quarta, o DEM registrou oito traições na votação de sua própria emenda. Entre as defecções estão dois dos mais enfáticos críticos do PT, o ex-presidente da sigla Rodrigo Maia (RJ) e o ex-líder da bancada José Carlos Aleluia (BA), que votaram novamente a favor do governo. O senador Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado, divulgou nota pedindo desculpas aos eleitores e classificando a atitude dos deputados como "deprimente" e uma "traição ao sentimento da população brasileira".  No lado governista, as traições se mantiveram nos padrões da quarta, com leve redução. As maiores defecções, proporcionalmente, ocorreram no PDT, no PP e no PTB. Dos 67 deputados do PMDB, 17 não votaram a favor do governo. Na bancada do PT, 10 dos 64 deputados não votaram a favor da MP mesmo após a pressão do Palácio do Planalto e dos aliados por fidelidade total. Questionado por que não votou com o governo, o deputado Padre João (PT-MG) riu e disse: "Prefiro me conter, o governo vai compreender que eu contribuí com o processo. Fico com minha consciência tranquila. Não traí nem trabalhadores nem o governo".

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