quarta-feira, 6 de maio de 2015

A Val do petista Bendine ganhou financiamento subsidiado do Banco do Brasil; era para comprar caminhão, ela comprou um Porsche


A socialite Val Marchiori, amiga do presidente da Petrobras, o petista Aldemir Bendine, obteve autorização do Banco do Brasil - quando o executivo presidia a instituição - para usar parte de um financiamento de caminhões para comprar um carro de luxo. O Banco do Brasil driblou regras internas para conceder R$ 2,79 milhões à Torke Empreendimentos, empresa registrada em São Paulo pela socialite. Os recursos, do BNDES, eram subsidiados pelo governo a juros de 4% ao ano. Em abril de 2013, o Banco do Brasil aprovou limite de crédito de R$ 3 milhões para a Torke para a compra de cinco caminhões. Em agosto, o Banco do Brasil liberou o dinheiro, mas o valor da aquisição ficou abaixo do limite, em R$ 2,79 milhões. Conforme documentos, meses depois, Val Marchiori pediu para ampliar e usar o valor restante do limite de crédito, em torno de R$ 200 mil, para comprar um carro de passeio. Em fevereiro de 2014, o Banco do Brasil aprovou o pedido, e a socialite comprou uma caminhonete Porsche Cayenne S 2014 branca, avaliado em R$ 400 mil. Apenas o IPVA deste ano ficou em R$ 14.114,00. O Banco do Brasil não costuma autorizar o uso de "sobras" de limite de crédito para finalidades distintas do objeto do financiamento. Nesse caso, a socialite poderia comprar outro caminhão ou peças de reposição, por exemplo, mas não um automóvel de passeio. A socialite exibe seus carros como símbolos de luxo e riqueza. Ela diz que é "mais fácil chorar" no seu "Porsche do que num Fusca". Erica de Lima Silva, uma das analistas do Banco do Brasil que avaliou a operação, constatou que havia restrições para a concessão do crédito para a Torke. Em um dos relatórios da operação, ela fez a ressalva, mas mesmo assim opinou pela liberação dos recursos. A operação é alvo de inquérito da Polícia Federal, aberto a pedido do Ministério Público Federal em São Paulo. Bendine e Val são "amigos". A socialite hospedou-se no mesmo hotel em que ele duas vezes, durante missões oficiais do Banco do Brasil. Uma na Argentina, e outra no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, ambas em abril de 2010. Bendine disse que a estadia nos mesmos hotéis, nas mesmas datas, foram somente coincidências.

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