terça-feira, 19 de maio de 2015

Arábia Saudita abre oito vagas para carrascos

As pessoas em busca de um emprego na Arábia Saudita que têm constituição forte e seguem estritamente a lei islâmica podem considerar uma das oito vagas oferecidas para conduzir decapitações públicas ou amputações de ladrões condenados. As oito vagas, oferecidas no site do Ministério de Serviços Civis, não requerem nenhuma habilidade específica ou grau de instrução para a execução das penas de morte de acordo com a sharia (a lei islâmica), determinadas após um julgamento. Mas, diante da escassez de decapitadores qualificados em várias regiões do país e o número cada vez maior de execuções, os candidatos podem ter muito trabalho. A Justiça da Arábia Saudita pune tráfico de drogas, contrabando de armas, assassinatos ou outros crimes violentos com a pena de morte, geralmente por decapitação em praças públicas. Apesar de a lei também ordenar que os ladrões tenham suas mãos amputadas essa punição raramente é aplicada, pois os juízes a consideram de mau gosto, segundo advogados sauditas. No domingo, a Arábia Saudita decapitou um homem por tráfico de drogas, a 85ª pessoa executada este ano. Esse é quase o número total dos executados no ano passado, quando 88 pessoas foram decapitadas. Trinta e oito das execuções realizadas este ano, incluindo a de domingo, estão relacionadas com drogas, informou Adam Coogle, pesquisador da Human Rights Watch. Nos Estados Unidos, 35 prisioneiros foram executados em 2014. As novas vagas para carrasco foram anunciadas quatro meses após o rei Salman, que prometeu agir rapidamente para reorganizar o governo e promover uma nova geração de funcionários, assumir o trono. Em algumas províncias da Arábia Saudita o trabalho de carrasco passa de pai para filho. Na Província de Qassim, norte da capital, Riad, o carrasco trabalha diariamente como guarda e realiza execuções ocasionalmente, recebendo um bônus de mais de US$ 1 mil por decapitação, segundo um funcionário do governo local.

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