quarta-feira, 27 de maio de 2015

Caso Fifa: J. Hawilla admite culpa e se compromete a devolver US$ 151 milhões


Além de seu ex-presidente José Maria Marin, preso com mais seis dirigentes na Suíça nesta quarta-feira, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e suas parceiras também são investigadas no esquema de corrupção na Fifa. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusa a CBF de envolvimento em casos de suborno no contrato de patrocínio com "uma marca americana de material esportivo" - apesar de não citar o nome, a entidade deixa claro que se trata da Nike - e na comercialização de direitos de mídia e marketing esportivo de diversos torneios. O brasileiro José Hawilla e sua agência Traffic estão entre os principais acusados citados no documento divulgado pela Justiça americana. Acusado de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro, entre outros crimes, o empresário de 71 anos admitiu sua culpa em dezembro do ano passado e aceitou devolver mais de 151 milhões de dólares (cerca de 473 milhões de reais), segundo informou a Justiça americana. "A maioria dos esquemas alegados no indiciamento está relacionada à solicitação e recebimento de subornos e propinas por dirigentes de futebol pagos por executivos de marketing esportivo em conexão com a comercialização de direitos de mídia e marketing de diversas partidas e torneios - incluindo as Eliminatórias da Copa do Mundo na região da Concacaf, a Copa de Ouro da Concacaf, a Liga dos Campeões da Concacaf, a Copa América Centenário, a Copa América, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil, que é organizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Outros esquemas se relacionam com o pagamento e recebimento de suborno em relação ao patrocínio da CBF por uma grande marca esportiva americana, à escolha da sede da Copa de 2010 e à eleição presidencial da FIFA em 2011", apontou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Executivos de marketing esportivo dos Estados Unidos e da América do Sul teriam aceitado pagar propina e suborno para obter lucros com direitos de mídia e marketing em competições de futebol internacionais. Um dos nomes citados é o do brasileiro José Hawilla, dono e fundador da Traffic, multinacional de marketing esportivo criada em 1980, que mantém duas empresas - a Traffic Sports International Inc. e a Traffic Sports USA Inc. -, sediadas em Miami. A Justiça americana revelou que Hawilla se declarou culpado e fez um acordo para devolver mais de 151 milhões de dólares (473 milhões de reais). "Em 12 de dezembro de 2014, o acusado José Hawilla, dono e fundador do Grupo Traffic, o conglomerado de marketing esportivo brasileiro, foi indiciado e declarado culpado por extorsão, conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Hawilla concordou em devolver mais de 151 milhões de dólares, sendo 25 milhões de dólares destes pagos no momento de seu apelo", diz um trecho do documento. "Em 14 de maio de 2015, os acusados da Traffic Sports USA Inc. e Traffic Sports International Inc. foram considerados culpados por fraude bancária. Todo o dinheiro devolvido pelos acusados está sendo guardado na reserva para assegurar sua disponibilidade para satisfazer qualquer ordem de restituição em sentenças que beneficiem qualquer pessoa ou entidade qualificada como vítima dos crimes destes acusados sob a lei federal", finaliza a Justiça americana sobre o envolvimento da Traffic. 

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