quarta-feira, 20 de maio de 2015

Dois senadores do PT declaram voto contra MP do seguro-desemprego - se petistas não votam nessa estrovenga do governo da petista Dilma, por que a oposição deve votar?

Dois senadores do PT – Paulo Paim (RS) e Lindbergh Farias (RJ) – anunciaram nesta quarta-fera (20) que votarão contra a medida provisória 665, que restringe o acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial e ao seguro-defeso. Eles integram um grupo de 11 senadores de diferentes partidos que se declaram contrários à medida. A MP, com votação prevista ainda para esta quarta-feira, é uma das medidas que o governo enviou ao Congresso para viabilizar o ajuste fiscal, a fim de tentar reequilibrar as contas públicas. Também anunciaram voto contrário à MP os senadores Roberto Requião (PMDB-PR), João Capiberibe (PSB-AP), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Cristovam Buarque (PDT-DF), Lídice da Mata (PSB-BA), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Roberto Rocha (PSB-MA), Hélio José (PSD-DF) e Marcelo Crivella (PRB-RJ). Além de Paim e Lindbergh, os senadores Requião, Cristovam e Crivella integram partidos da base aliada e, em tese, deveriam votar a favor do texto enviado pelo governo ao Congresso. "Nós vamos votar contra o ajuste para dizer que existe uma parte da sociedade, dos movimentos sociais, dos partidos de esquerda, que querem que esse governo dê certo, mas para isso tem que mudar o rumo", afirmou o petista Lindbergh Farias. Os senadores também criticaram a atuação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, desde que assumiu a pasta. Para Randolfe Rodrigues, Levy "daria um ótimo ministro da Fazenda do governo do PSDB". Mas não é o ministro que eles precisam criticar, devem criticar a presidente petista Dilma Rousseff, que estraçalhou as contas públicas nacionais para ganhar eleições e agora submete o País inteiro a um gigantesco sacrifício. “Não é uma questão pessoalmente contra o Levy. Mas é que o ministro da Fazenda é defensor de teses que nós achamos que não são suficientes para tirar o País desse impasse. É o samba de uma nota só, só se fala em ajuste fiscal e corte", disse Lindbergh. Esse sujeitinho é mesmo cara de pau. Foram as políticas populistas petistas que mergulharam o País na gigantesca crise. O PT não tem solução alguma para a crise. "Eu e muita gente da sociedade civil que votou na Dilma, essa gente começa a entender o seguinte: para esse governo dar certo, nós temos que fazer o enfrentamento público com essa política econômica que vai nos levar a grande recessão no País e a perda de conquistas", afirmou o petista. Sobre a MP 664, que muda critérios para acesso à pensão por morte e cuja votação está prevista para a próxima quarta, os parlamentares do grupo disseram que ainda não têm posição definida, já que o texto sofreu alteração na Câmara e recebeu uma emenda que muda o fator previdenciário. A emenda é defendida por grande parte dos senadores. Além do voto contrário, o grupo de senadores também declarou apoio a um manifesto pela mudança na política econômica e contra o ajuste fiscal. O texto é assinado por economistas e entidades sindicais e foi entregue a jornalistas antes da sessão do Senado. "É um bloco progressista, um bloco político que tem lado e que quer afirmar claramente: esse rumo e esse caminho. Nós não concordamos e vamos fazer frente aqui toda vez que tiver insistência nele", disse o senador Randolfe Rodrigues. No texto, os economistas e as entidades sindicais afirmam que não é justo colocar a conta do ajuste fiscal "para ser paga pelos mais pobres". "Enquanto o andar de baixo perde direitos, não está em curso nenhuma medida do governo para tornar o nosso sistema tributário mais progressivo", diz trecho do texto. Os signatários também dizem no manifesto que a proposta de ajuste fiscal do governo federal "não combina com os novos desafios" do país: "Portanto, quem quer dizer sim ao desenvolvimento com justiça social tem que dizer não ao arrocho fiscal, nos termos propostos pelo governo".

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