domingo, 17 de maio de 2015

Empréstimo à Sete Brasil pode piorar situação de bancos

Um único empréstimo concedido em conjunto pelos grandes bancos poderá de uma tacada só piorar a situação de provisão para calotes de algumas instituições. A Sete Brasil, uma empresa pré-operacional criada para gerenciar a compra de 29 sondas para o pré-sal da Petrobrás, deve US$ 3,6 bilhões, ou quase R$ 11 bilhões, se convertido ao dólar de sexta-feira, em empréstimos já vencidos. A empresa passa por sérias dificuldades financeiras e tem até o fim de junho para resolver sua situação, ou seja, encontrar um novo financiador. Além de dever aos bancos, a empresa também tem dívidas vencidas de R$ 2,2 bilhões com o FI-FGTS e outros R$ 3 bilhões com estaleiros. Com os bancos, a empresa tem cinco linhas de crédito. A última delas venceu em março deste ano. Nesta época, as instituições renegociaram o financiamento e concederam um novo prazo, de 90 dias, para que a Sete Brasil acertasse as contas. Parte da estratégia das instituições foi justamente a de evitar o reconhecimento de perdas em balanço. Pelas regras do Banco Central, quando há uma renegociação, não é preciso fazer a provisão. “Isso vale para uma primeira renegociação”, diz Claudio Gallina, diretor da FitchRatings: “Se os bancos tiverem que conceder um novo prazo, já precisam começar a reconhecer perdas". Os bancos financiadores são: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander e Standard Chartered. Destes, o único que até agora reconheceu o calote publicamente foi o Standard Chartered, ao executar uma garantia dada pelo Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN) para parte deste empréstimo. Os outros bancos tem 90 dias, contados a partir do primeiro atraso no pagamento, para oficializar o pedido de execução com o FGCN, caso contrário perdem o direito aos recursos do fundo.

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