quinta-feira, 28 de maio de 2015

Joseph Blatter avisa: "Mais notícias ruins virão"


O presidente da Fifa, Joseph Blatter, se pronunciou nesta quinta-feira pela primeira vez sobre as prisões de sete dirigentes da entidade por envolvimento com esquemas de suborno. Na abertura do Congresso Anual da entidade, na Suíça, Blatter reconheceu que "mais notícias ruins virão" nos próximos meses, mas atribuiu a corrupção a casos "individuais" praticados por uma "minoria" entre os cartolas. "Não vou deixar que atos de alguns destruam as ações de tantos que trabalham pelo futebol. Aqueles corruptos são minorias. Mas precisam ser pegos e levados a suas responsabilidades. Vamos cooperar com as autoridades para que os envolvidos, de cima para baixo, sejam punidos. Não pode haver espaço para corrupção. Os próximos meses não serão fáceis. Mais notícias ruins virão", admitiu. Tanto a Justiça americana como a suíça indicaram que as prisões em Zurique foram apenas as primeiras etapas de um processo bem maior. O presidente da Fifa, contudo, prometeu que vai fazer uma reforma para "reconstruir" a entidade. "Somos uma vasta maioria que gosta do futebol, não pelo poder ou cobiça. Mas pelo amor ao futebol e para servir a outros", afirmou. "Será um caminho longo e difícil para reconstruir a credibilidade. Perdemos e vamos reconquistar por meio das ações", disse Blatter, que nesta sexta-feira concorre à reeleição mais uma vez. O dirigente ainda pediu "solidariedade". Nesta quinta-feira, Michel Platini, presidente da Uefa, pediu a renúncia de Blatter e declarou apoio ao candidato opositor, o jordaniano Ali Bin Al Hussein. O presidente da entidade reconheceu ainda que o esquema de corrupção revelado pela Justiça americana jogou "uma grande sombra no futebol e no Congresso da Fifa". "Ações individuais trouxeram vergonha e humilhação ao futebol e exigem mudanças", disse Blatter. O cartola, porém, se isentou de qualquer culpa no escândalo: "Muitos dizem que sou responsável pela comunidade global do futebol, seja na Copa ou no escândalo de corrupção. Mas não posso monitorar as pessoas todo o tempo. Se eles fazem algo errado, tentam esconder". A Fifa abriu nesta quinta-eira à tarde seu congresso anual em Zurique, de forma constrangedora, com música, roupas de gala e carros de luxo. Apesar das prisões dos dirigentes, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, a festa foi mantida, depois que Blatter recebeu o apoio de algumas confederações. Ao subir ao palco para falar, não faltaram assobios e palmas frenéticas. O tema do evento: a solidariedade. A festa teve músicos suíços, bandeiras das 209 federações e imagens alpinas. A imprensa foi mantida distante dos cartolas, que entraram por portas separadas e com grande presença de seguranças privados. Dentro do teatro, os jornalistas foram mantidos em um local separado, sem acesso aos dirigentes. Blatter havia cancelado suas participações em eventos nos últimos dois dias também para evitar contato com a imprensa. Estavam na festa ministros suíços e autoridades locais, e Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI).

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