quinta-feira, 14 de maio de 2015

Juiz Sérgio Moro é recebido como celebridade em livraria em São Paulo


O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, foi recebido como herói nesta quinta-feira, 13, por manifestantes em São Paulo durante o lançamento do livro "Bem Vindo ao Inferno: a História de Vania Lopes - a vítima que cassou o médico e estuprador Roger Abdelmassih". A cidade registrou as maiores manifestações contra a presidente em março e abril, com mais de um milhão de pessoas na Avenida Paulista, onde foi o evento. Convocados pelas redes sociais por grupos de oposição a presidente Dilma Rousseff, entre eles o Vem Pra Rua, Brasil Livre, Revoltados On Line e Acorda Brasil, o ato deixou o juiz visivelmente constrangido. Moro entrou discretamente pela garagem, mas ao entrar na livraria ao lado da esposa, Rosângela Wolff Mouro (que assinou o prefácio da obra) foi cercado por dezenas de manifestantes e jornalistas.


Flores brancas foram distribuídas por jovens e senhoras vestindo roupas com as cores do Brasil. O local foi decorado com cartazes e faixas que pediam o "Fora Dilma" e exaltavam o juiz com dizeres como "Moro: herói nacional". Os manifestantes cantaram duas vezes o hino nacional durante o evento e puxaram palavras de ordem com o nome do juiz, que respondia acenando timidamente, Em alguns momentos, o responsável pela Operação Lava Jato cedeu ao pedido dos fãs e posou para selfies. O juiz se recusou a conversar com a imprensa. Diante do assédio, disse apenas que "é importante ter o apoio da população". Questionado se considera-se um herói nacional, fez uma careta com o rosto que respondeu: "não me considero". 


Durante a entrevista coletiva sobre o livro, apenas a mulher do juiz respondeu perguntas, mas apenas as relativas a obra. Enquanto isso, ele olhava o celular e acenava para discretamente para manifestantes. No meio da confusão, uma assessora de imprensa do movimento Vem pra Rua conseguiu entregar uma placa ao juiz. Espremido entre manifestantes e jornalistas, o estudante Leandro Mohallem carregava um cartaz escrito "Je suis Moro". Outra faixa trazia os dizeres "Ministério Público, orgulho do Brasil". "Ele é meu orgulho e de muitos brasileiros", disse a administradora Marlene Oliveira, que veio de Santo André.

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