segunda-feira, 4 de maio de 2015

Petróleo em baixa pode adiar leilão no pré-sal para 2017, diz ministro

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que a queda nos preços do petróleo deve adiar a oferta de áreas do pré-sal a empresas exploradoras e investidores, no modelo de partilha, para 2017. O único leilão organizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) nesse modelo regulatório, exclusivo para blocos com forte potencial de reservas no pré-sal, foi realizado em outubro de 2013. Tal modelo determina que a Petrobras entre como operadora e investidora em todos os blocos, com participação mínima de 30%. Quando questionado se os leilões deverão ficar para 2017, Braga disse que "pode ser que sim". "Basicamente em função da volatilidade. Não tem como se fazer uma previsibilidade tão grande, numa distância tão grande, com um mercado tão volátil como está. Estamos falando de áreas de grande potencial. Fazer isso num momento de viés de baixa não é interessante para o país. Por isso que estamos alongando um pouco para que a gente sinalize para o mercado a decisão politica do governo, mas que a gente tenha também uma trava de segurança em função da volatilidade", afirmou o ministro em Houston, nos Estados Unidos. Braga viajou à cidade texana para participar da OTC (Offshore Technology Conference), feira mundial da indústria do petróleo especializada em exploração e produção em reservas submarinas.
 

O ministro aproveitará para encontrar-se com representantes de cinco empresas globais do setor de exploração e produção, com o objetivo de falar das áreas com potencial de extração de petróleo que serão oferecidas ao mercado no último trimestre deste ano, no modelo regulatório de concessão – que vale atualmente para todas as demais regiões com potencial petrolífero fora do pré-sal. Segundo Braga, serão apresentadas as oportunidades da chamada 13ª rodada à americana Exxon, à britânica BP, à anglo-holandesa Shell, à francesa Total e à anglo-australiana BHP – líder mundial em mineração, mas que também atua no setor de petróleo. "Queremos estimulá-los a participar da 13ª rodada. É importante que eles conheçam e animem-se. Essa é a nossa estratégia". A previsão é que sejam oferecidas 269 áreas, em diversas bacias no mar e em terra. Na Bacia de Campos, de onde sai 70% do petróleo brasileiro, haverá blocos em águas rasas. Não serão oferecidas áreas da Bacia de Santos, onde estão as mais promissoras reservas do pré-sal. De acordo com o ministro, as principais ofertas serão em Alagoas e Sergipe. Para Braga, será possível arrecadar entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões em bônus de assinatura – valor pago pela empresa que arremata as áreas. De acordo com o Ministério, a resolução estabelecendo a rodada está indo para aprovação da presidente Dilma Rousseff, e a previsão é que seja publicada ainda este mês. O ministro disse que a oferta de áreas para exploração dentro do modelo de partilha –aplicado às regiões da Bacia de Santos com potencial de reservas no pré-sal– deverá ficar só para 2017. O ministro Eduardo Braga disse, ainda, que está sendo estudada uma flexibilização das exigências de conteúdo nacional na fase de produção dos projetos. Atualmente, as empresas, ao adquirirem uma área em leilão, comprometem-se a adotar percentuais mínimos de contratação na indústria nacional. "(Será) uma flexibilização muito bem calibrada. Para essa rodada, não vai dar tempo. Mas estamos efetivamente trabalhando. E é importante entender que o CL tem sido importante para nós". Na noite de abertura da OTC, a Petrobras recebeu, pela terceira vez, o prêmio Distinguished Achievement Awards, concedido pelos organizadores do encontro à empresa que julgam o destaque do ano. Pela estatal recebeu a premiação a diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes. Estiveram presentes os também diretores Hugo Repsold (Gás e Energia) e Roberto Moro (Engenharia). 

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