quarta-feira, 6 de maio de 2015

SUS ENTRA EM FALÊNCIA EM PORTO ALEGRE, AGORA A SANTA CASA ANUNCIA REDUÇÃO DE 18,14% NOS ATENDIMENTOS AOS POBRES

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, a Santa Casa de Porto Alegre anunciou que serão cortados 118 leitos hospitalares (17,35% do total), 4.312 internações (16,76%), 50.894 consultas eletivas (18,14%), 3.318 atendimentos no pronto atendimento (5,70%) e 3.387 procedimentos cirúrgicos/obstétricos ao ano. A Santa Casa de Porto Alegre anunciou que reduzirá seus atendimentos pelo SUS. Ou seja, os pobres que se esfreguem num poste bem áspero. Podem se atirar na calçada e morrer. O SUS faliu. Diz a direção da Santa Casa que o corte na prestação dos serviços aos usuários do SUS é uma tentativa de reequilibrar as dívidas — agravadas, no início deste ano, quando o governo do Estado, do peemedebista José Ivo Sartori, anunciou o corte de R$ 500 milhões no orçamento da saúde. Dessa verba, R$ 300 milhões são do chamado co-financiamento, e seriam utilizados para diminuir o déficit atual da rede de hospitais filantrópicos e Santas Casas, que passa dos R$ 400 milhões. No ano passado, dos R$ 250 milhões referentes ao co-financiamento, o valor recebido do governo estadual pela Santa Casa de Porto Alegre foi de R$ 15 milhões. Um valor próximo, mas não estimado, deixará de ser repassado neste ano em função do corte do governo Sartori. Ainda com o redimensionamento nos atendimentos ao SUS, a previsão da Santa Casa é de fechar o ano com prejuízo de R$ 70 milhões, valor que a direção está disposta a arcar "até que os gestores públicos encontrem uma solução definitiva". "O que a Santa Casa não pode mais é se responsabilizar com o déficit institucional que chegou a R$ 102 milhões em 2014. Isso é insustentável", afirmou o diretor-geral de Relações Institucionais da Santa Casa, médico Júlio Dornelles de Matos. Nas últimas décadas, houve significativa redução do financiamento do sistema pela União (que tem a maior arrecadação), e a consequente responsabilização do Estado e municípios pelo custeio dos serviços. Além disso, também contribuem para o déficit o alto valor de alguns procedimentos, que têm apenas parte financiada pelo SUS. Conforme o diretor-geral, a cada R$ 100,00 empregados pela instituições nos convênios e contratos do SUS, o sistema remunera apenas R$ 63,00. Outro exemplo citado são as diárias em leitos de UTI, que custam em média R$ 1,5 mil, dos quais somente R$ 581,00 seriam repassados pelo SUS. Já desde a manhã desta quarta-feira a Santa Casa suspendeu os atendimentos pelo SUS. Isso ainda vai terminar em guerra. 

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