terça-feira, 5 de maio de 2015

Teori Zavascki prorroga inquéritos de Eduardo Cunha e da petista Gleisi Hoffman

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O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, prorrogou as investigações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e da senadora petista Gleisi Hoffmann (PT-PR) por mais 60 dias. A decisão ocorre uma semana depois de Teori ter aceitado estender as investigações de 20 dos 26 inquéritos abertos no STF para apurar o envolvimento de 50 pessoas no esquema de corrupção que desvio recursos da Petrobrás.


Os nomes de Eduardo Cunha e Gleisi Hoffman foram citados pelos delatores da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, o delator e larápio Paulo Roberto Costa. Eduardo Cunha é suspeito de receber, junto com o seu partido, o PMDB, propina paga por empresas contratadas pela Petrobrás. Em depoimentos prestados após acordo de delação premiada, Youssef diz que o deputado chegou a pressionar um empresário para retomar pagamentos, depois de a propina supostamente paga a ele ter sido suspeita. Já a senadora petista é suspeita de ter recebido R$ 1 milhão em contribuição para sua campanha ao Senado em 2010 de recursos que teriam sido desviados da Petrobrás. O suposto pagamento à campanha da senadora foi citado tanto por Youssef quanto por Costa. 


Apesar das investigações, Cunha e Gleisi têm negado qualquer envolvimento com os casos apurados na Lava Jato. Na mesma decisão em que prorrogou o prazo das investigações, Teori determinou que tramite em "procedimento autônomo" um pedido feito pela defesa de Eduardo Cunha para arquivar as investigações. Com isso, O Plenário do STF poderá julgar o recurso da defesa sem interromper o andamento das investigações. A decisão acontece logo após Janot ter escrito em parecer encaminhado ao STF que existem "elementos muito fortes" para que o presidente da Câmara seja investigado. A manifestação do procurador aconteceu em resposta ao pedido da defesa de Eduardo Cunha, de arquivar o processo contra ele. Após autorização de Teori, de prorrogar o prazo de diligências dos inquéritos da Lava Jato, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal retomaram a coleta de depoimentos de investigados e de testemunhas. As oitivas ficaram suspensas por duas semanas por decisão do ministro relator do STF, depois de um desentendimento na condução das investigações entre Procuradoria e Polícia Federal. Os órgãos chegaram a um consenso sobre o calendário dos depoimentos, que voltaram a ser agendados. Para esta semana estão previstos pelo menos cinco depoimentos. Na tarde desta terça-feira o deputado federal Sandes Júnior (PP-GO) foi ouvido na sede da Polícia Federal, em Brasília. Para amanhã (6) estão previstos os depoimentos de João Cláudio Genu, ex-assessor parlamentar do ex-deputado José Janene, e do deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA). Também será ouvido amanhã o senador Valdir Raupp (PMDB-RO). O ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC) será ouvido na quinta e na sexta-feira. Para a próxima semana está previsto o depoimento de Lázaro Botelho (PP-TO), no dia 14. O senador Edison Lobão (PMDB-MA) será ouvido no dia 18 de maio, seguido pela ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB-MA), que prestará depoimento no dia 19, mesmo dia em que o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) prestará esclarecimentos sobre sua investigação na Lava Jato.

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