quarta-feira, 10 de junho de 2015

Autoridades americanas vetaram divulgação de depoimento de Hawilla



A pedido do Departamento de Justiça norte-americano, o juiz Raymond J. Dearie vetou a divulgação da transcrição do depoimento do empresário brasileiro J. Hawilla na Corte de Nova York. Na audiência em questão, em dezembro de 2014, Hawilla se declarou culpado de quatro acusações: extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Hawilla é fundador e dono da Traffic, a maior empresa de marketing esportivo da América Latina – também condenada no caso. Para assumir sua culpa, ele precisou detalhar perante o juiz os fatos envolvendo cada uma das acusações. Interessados no conteúdo do depoimento, quatro jornalistas norte-americanos protocolaram pedido pela abertura da transcrição. O governo, no entanto, se opôs formalmente à divulgação. A tentativa dos investigadores federais em manter o documento privado sinaliza que nele há informações ainda não divulgadas sobre as investigações em andamento. O juiz Dearie concedeu pedido para divulgar os depoimentos do ex-integrante do comitê executivo da Fifa, Chuck Blazer, e de um dos filhos de Jack Warner, ex-vice-presidente da entidade, Daryll, que também se declararam culpados. "Embora os procedimentos e registros judiciais sejam presumidamente abertos ao público, o direito ao acesso é 'qualificado' em algumas circunstâncias", afirmou o juiz em sua decisão. "O tribunal pode manter um documento em particular fechado baseado na conclusão de que mantê-lo privado é essencial. Nesse caso, o governo demonstrou interesse convincente em manter a transcrição selada". A ordem do juiz afirma que a decisão pode ser revista se as circunstâncias mudarem. Em seu depoimento à Justiça americana, o norte-americano Chuck Blazer afirmou que houve pagamento de propinas nas escolhas das sedes da Copa do Mundo de 1998, na França, e de 2010, na África do Sul. Ele se declarou culpado das dez acusações atribuídas a ele, entre elas extorsão e lavagem de dinheiro, em novembro de 2013. Blazer foi o delator do esquema de corrupção que causou, no dia 27 de maio, o indiciamento de 14 pessoas por pagamento ou recebimento de propinas para a exploração comercial dos direitos de transmissão e de marketing de competições de futebol. O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, de 83 anos, e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos pela polícia suíça, a pedido das autoridades dos Estados Unidos.

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