terça-feira, 23 de junho de 2015

Espumas tomam conta do rio Tietê e chegam a Pirapora do Bom Jesus


Uma espessa camada de espuma cobria o Rio Tietê na manhã desta terça-feira, em Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo. Levados pelo vento, flocos de espuma atingem as casas, mancham roupas, paredes e a pintura de veículos. O fenômeno, que vem se repetindo nos últimos dias, é causado pela concentração de poluentes nas águas do rio, segundo a prefeitura. O mau cheiro provocado por uma espécie de gás liberado pela espuma incomoda os moradores e afugenta turistas. A quantidade maior se forma na altura do centro, cerca de 1,5 quilômetro abaixo da barragem da Usina Hidrelétrica de Pirapora, no Tietê. Ao passar pelas comportas, as águas se agitam e o turbilhão resulta na formação de espumas. "Convivemos com isso há mais de vinte anos e, desta vez, o fenômeno se acentuou porque o rio tem pouca água", disse o secretário de Meio Ambiente, Cláudio Vizeu. Segundo ele, o cheiro de enxofre do gás liberado pela espuma se espalha pela cidade e, além de incomodar os moradores, espanta os visitantes — a cidade de 15,7 mil habitantes é estância turística. O Santuário do Senhor Bom Jesus atrai 600 mil romeiros por ano. O município, segundo o secretário, tem muito pouco a fazer, já que a poluição vem da capital e de outras cidades: "Continuamos cobrando do governo estadual a despoluição do Rio Tietê, mas tem sido uma luta inglória". A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que a espuma é causada pela poluição ao longo do rio, principalmente pela presença de detergente não biodegradável. O lixo e o esgoto lançados no rio acabam chegando próximo à barragem e esse detergente se transforma em espuma com a movimentação da água. Em 1998, a Sabesp instalou bicos aspersores na barragem para reduzir a espuma. Um sistema de monitoramento avisa quando há concentração e os aspersores, chamados de "chuveirinhos", são acionados. Segundo a prefeitura, os aspersores são pouco eficientes. A Sabesp informou que pede à Empresa Metropolitana de àguas e Energia (Emae), que administra a hidrelétrica, para reduzir a vazão na barragem quando há muita espuma.

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