quarta-feira, 10 de junho de 2015

Estados Unidos anunciam envio de mais militares ao Iraque, de onde não deveriam ter saído

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira (10) o envio de mais 450 militares ao Iraque, para dar assistência às forças locais e tentar retomar território perdido para o EI (Estado Islâmico). De acordo com o plano divulgado pela Casa Branca, os Estados Unidos vão abrir um quinto centro de treinamento em território iraquiano, com o objetivo de integrar as forças de segurança do país e combatentes sunitas. A meta imediata é a retomada da cidade de Ramadi, dominada pela milícia radical islâmica – que também controla parte do território da Síria– desde o mês passado. Obama tomou a decisão a pedido do primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, e depois de consultar o Pentágono, informou o porta-voz do presidente, Josh Earnest. A Casa Branca afirma que a idéia não é mudar a estratégia de combate, mas envolver mais as tribos sunitas iraquianas na luta. O governo do Iraque é hoje controlado por muçulmanos xiitas, e há dúvidas sobre seu empenho em recrutar combatentes sunitas para expulsar o EI, também sunita, de cidades como Ramadi e Fallujah –a última, dominada há mais de um ano. O governo americano frisou, ainda, que o novo contingente de militares não será empregado em ações de combate – diferentemente do que ocorreu durante a invasão e a ocupação do país por tropas dos Estados Unidos, que começou em 2003, na gestão de George W. Bush, e durou até 2011. Há hoje cerca de 3.100 soldados americanos no Iraque, envolvidos em atividades de treinamento das forças locais e outras funções de apoio. O país também faz parte de uma coalizão que vem bombardeando posições do EI, enquanto as operações em terra são empreendidas pelos militares iraquianos. O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, elogiou o envio de mais assessores militares ao Iraque como "um passo na direção certa". Boehner, porém, voltou a criticar o democrata Obama por, segundo ele, não ter uma "estratégia abrangente" para lidar com o Estado Islâmico. Outros oposicionistas, como o senador e ex-candidato presidencial John McCain, líder da Comissão das Forças Armadas, classificaram de insuficiente a ação do governo.

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