terça-feira, 30 de junho de 2015

Ex-gerente da Petrobras diz que sindicância sobre SBM apontou corrupção


Ex-gerente de segurança institucional da Petrobras, Pedro Aramis de Arruda afirmou nesta terça-feira ter encontrado indícios de irregularidades durante a comissão de sindicância que apurou o pagamento de propina da holandesa SBM Offshore a funcionários da estatal. Mas, segundo ele, o grupo não conseguiu identificar a relação entre "causa e efeito" no episódio. Arruda presta depoimento à CPI da Petrobras nesta terça-feira. A conclusão oficial da Petrobras sobre o caso SBM é que não havia elementos para comprovar atos ilícitos. Mas o ex-gerente admite que a sindicância interna detectou indícios de irregularidades. "A comissão identificou cinco indícios que apontavam para uma probabilidade relativamente alta de que alguma coisa errada houvesse ocorrido", afirmou. Ele citou o valor pago com o título de "comissões" e o uso de empresas em paraísos fiscais para movimentar esses recursos. A comissão constatou ainda que a SBM pagava ao lobista Júlio Faerman um percentual que variava entre 1% e 5% do contrato em questão. A Justiça constatou que essa movimentação também servia para repassar propina a representantes da Petrobras. Aramis afirmou que documentos da Petrobras encontrados na sede da SBM são a comprovação de que houve vazamento de informações e que o responsável por isso foi Jorge Zelada, então diretor da área internacional. O material tratava do planejamento para a exploração do pré-sal e da possível aquisição de um navio lançador de linha. Mas a comissão não conseguiu identificar o responsável pela entrega dos documentos nem os termos envolvidos no pacto criminoso. "Não foi possível caracterizar com clareza uma relação de causa e efeito", justificou. O ex-gerente negou que tenha ocorrido acobertamento. O relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ), diz que o grupo foi leniente: "A comissão de sindicância passou a mão na cabeça da SBM". A então presidente da Petrobras, Graça Foster, sempre disse que a sindicância não encontrou irregularidades na relação da SBM com a empresa brasileira. Um mês depois do fim dos trabalhos, entretanto, a própria companhia holandesa admitiu ter pago propina a pelo menos um funcionário da Petrobras.

Nenhum comentário: