segunda-feira, 8 de junho de 2015

O BNDES na Venezuela. A reunião entre Chávez, Lula, Dirceu e Emílio Odebrecht

Em Caracas, capital da Venezuela, com dinheiro do BNDES, a Odebrecht toca a linha 5 do metrô, considerada essencial para descongestionar o sistema de transportes da cidade. A obra começou em 2007 e já sofreu dois adiamentos. A inauguração agora está prevista para dezembro de 2018. O custo do quilômetro aumentou 220% em relação ao preço original. Está hoje em 273 milhões de dólares, quase 100 milhões de dólares a mais do que o custo do quilômetro do metrô que ligará a Zona Sul carioca à Barra da Tijuca. A Odebrecht justifica os atrasos no metrô de Caracas por falta de pagamentos. Em 6 de junho de 2011, Hugo Chávez visitou Dilma Rousseff, em Brasília, e disse que, de fato, ocorreram atrasos nos pagamentos, mas que os trabalhos nunca pararam. O BRIO descobriu que, quatro dias antes, ocorrera uma reunião no Palácio de Miraflores, entre Chávez, Lula e Emílio Odebrecht. José Dirceu também estava presente. Na "reunião de política", segundo a imprensa oficial, o assunto foi, na verdade, como resolver o problema da empreiteira. Combinou-se que o nó seria resolvido por meio da assinatura de um contrato entre a Braskem, subsidiária petroquímica da Odebrecht, e a companhia petrolífera venezuelana. Ambas criaram um fundo para financiar o metrô que permanece não terminado. O BRIO revela, ainda, que, para garantir que o BNDES pudesse continuar financiando obras na Venezuela, e elas pudessem continuar a ser superfaturadas, Hugo Chávez até alterou uma lei aumentando o limite de endividamento do país.

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