quarta-feira, 17 de junho de 2015

ÓDIO À IMPRENSA LIVRE – Secretário de Haddad tira sarro da demissão de jornalistas e ironiza repórteres da Folha e do Estadão. Ou: Tenha compostura, Jilmar Tatto, e peça demissão!

Este texto tratará de uma declaração asquerosa feita por Jilmar Tatto, secretário de Transportes do petista Fernando Haddad, prefeito de São Paulo. Tatto é deputado federal licenciado e já foi líder do PT na Câmara. É um figurão do partido. Sua família está quase toda na política. Antes que chegue a ele, algumas considerações gerais.

O PT odeia a imprensa livre.
O PT odeia a liberdade.
O PT odeia a divergência.
O PT odeia a diferença.
O PT odeia a democracia.
É mentira que o PT goste de trabalhadores. Gosta de trabalhadores que carreguem bandeira. Gosta de trabalhadores que carreguem a sua bandeira.
É mentira que o PT goste de minorias. Gosta de minorias que carreguem bandeira. Gosta de minorias que carreguem a sua bandeira.
O PT não gosta de gays. O PT gosta de gays militantes.
O PT não gosta de negros. O PT gosta de negros militantes.
O PT não gosta de mulheres. O PT gosta de mulheres militantes.
Para o PT, um gay que não é militante é só uma bicha louca.
Para o PT, um negro que não é militante tem a alma branca.
Para o PT, uma mulher que não é militante é só uma Amélia.
O PT gosta de causas, não de pessoas.
O PT gosta de escravos livres, não de homens livres.
O PT gosta de teses, não de antíteses.
Na sexta-feira, na abertura do V Congresso do partido, Lula tripudiou da demissão de jornalistas, atacando a Folha, o Estadão, o Globo, a Band e a Editora Abril. Afirmou: “Proporcionalmente, o setor que mais desemprega hoje no Brasil é a imprensa”. Segundo o Babalorixá de Banânia, isso acontece porque o público não estaria interessado nas mentiras publicadas. Ao defender que os filiados fizessem doações ao partido, tirou o sarro: “Se nós não doarmos, quem vai doar? Os tucanos? Os jornalistas, que ganham pouco e estão perdendo o emprego?”
O desemprego é crescente no Brasil e poderá atingir números alarmantes. Mas Lula, como se vê, comemora. Milhares de metalúrgicos das montadoras estão parados. Que coisa! Foi o chão dessas fábricas que deu à luz certo sindicalista. Covardes tripudiam sobre a demissão de jornalistas; um sujeito que fosse corajoso aplaudiria o desemprego na porta de uma dessas empresas.
O ódio que o PT tem à imprensa é profundo, está arraigado na cultura partidária, compõe a essência mesma de como a agremiação enxerga o poder e a sociedade. Ainda no congresso do PT, como se sabe, ganhei uma Medalha de Honra ao Mérito, um troféu, uma distinção inigualável: fui atacado por Lula; fui tachado de “blogueiro falastrão”. Tudo porque afirmei, em abril do ano passado, que o PT havia começado a morrer. O Apedeuta também voltou suas baterias contra Marco Antonio Villa. Lula certamente gosta dos blogs sujos que lhe servem de catre imundo.
E olhem que o próprio chefão petista já afirmou que a imprensa ajudou a fazê-lo. Que outra personagem teria sobrevivido à entrevista que ele concedeu à Playboy em 1979? Que outra personagem teria sobrevivido à confissão de que usava seu cargo na área de Previdência do sindicato para pegar as viuvinhas? Que outra personagem teria sobrevivido à confissão da iniciação sexual com animais? Que outra personagem teria sobrevivido à declaração da lista de pessoas que admirava, na qual incluiu o aiatolá Khomeini e Hitler?
Ele, no entanto, sobreviveu. E, de fato, a imprensa é, em grande parte, responsável por isso. Ainda hoje, em 2015, depois de mensalão, aloprão e petrolão, o PT exerce influência fortíssima nas redações. E muitos que resolveram dissentir do partido se identificam com posições ainda mais à esquerda. Contam-se nos dedos os profissionais que se identificam com posições liberais.
Vale dizer: infelizmente, um número imenso de jornalistas, quem sabe a maioria, odeia o sistema econômico que garante a… liberdade de imprensa. Tiveram ou têm suas respectivas inteligências sequestradas pela mistificação esquerdopata. Defendem, na prática, modelos de sociedade que censurariam o seu trabalho.
Agora volto a Tatto. Nesta terça-feira, antes de uma entrevista coletiva, ele olhou para os repórteres dos dois principais jornais impressos de São Paulo e disse: “Ué, Folha e Estadão ainda mandam repórteres para a pauta? Vocês não foram demitidos?”. Achou que era pouco e ainda emendou que, se isso acontecesse, deveriam procurá-lo, sugerindo que lhes daria um emprego.
Trata-se de uma postura asquerosa. O homem é político e irmão de políticos. Os “Tattos” sempre foram malvistos dentro do próprio PT em razão, digamos, dos métodos heterodoxos a que recorrem para garantir a inexpugnabilidade de seu reduto eleitoral, a Capela do Socorro, apelidada, a tempo, de “Tattolândia”. Ali se elegeram dois vereadores: Jair Tatto e Arselino Tatto. Na Assembleia Legislativa, está Enio Tatto, e Jilmar Tatto, eleito deputado federal, assumiu a Secretaria de Transportes. Drummond perguntaria: “Pra que tanto Tatto, meu Deus?”.
Ora, para isso. Métodos dos Tattos? Quais? Em 2004, por exemplo, o tucano José Serra, então candidato à Prefeitura, foi fazer campanha na Capela do Socorro. Foi cercado pelos partidários de Jilmar e seus irmãos. Comportando-se como milicianos, os democratas gritavam: “A Capela está sitiada, a Capela está sitiada!”. Em outros países e Brasil afora, isso tem outro nome e é crime.
Tenha vergonha na cara, Jilmar Tatto!
É assim que o senhor trata uma categoria profissional que é vítima, a exemplo de milhões de outros trabalhadores, de uma crise econômica que o seu partido provocou?
Por que o senhor não vai falar isso a metalúrgicos do ABC?. Eu respondo: porque é covarde. Vá falar isso na CUT, covarde! Tripudiar de repórteres que ganham o pão ouvindo as suas porcarias, ah, isso é fácil!
Tenha um mínimo de decência, Jilmar Tatto!
Tenha compostura, Jilmar Tatto!
Peça demissão, Jilmar Tatto!
Por Reinaldo Azevedo

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