segunda-feira, 1 de junho de 2015

Pela internet (para fugir dos jornalistas), a mulher jornalista do governador petista e ex-terrorista Fernando Pimentel nega que sua empresa seja fantasma


A primeira-dama de Minas Gerais, a jornalista Carolina Oliveira, criou um site na internet para divulgar documentos que, segundo ela, comprovariam que a Oli Comunicação não seria uma empresa de fachada. Relatório da Polícia Federal sobre a mulher do governador e ex-terrorista Fernando Pimentel (PT) aponta que a empresa seria fantasma, segundo documento obtido pelo jornal "O Globo" e pela revista "Veja". A Oli Comunicação, de Brasília, é investigada sob suspeita de ter sido usada por um grupo criminoso que atuaria em campanhas políticas do PT. "Nas salas 1810 e 1811 (onde deveria funcionar a empresa) não foi encontrada qualquer indicação da existência da mesma", diz o relatório da polícia. O documento integra a Operação Acrônimo, que prendeu nesta sexta-feira (29) o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, por conta de suspeitas de desvio de recursos públicos campanhas do PT. No site www.comunicadoimprensa.com.br, criado neste domingo (31), a jornalista afirma que a Oli Comunicação funcionou regularmente entre 2012 e o final de 2014 e que, no período, nunca recebeu recursos públicos ou de partidos políticos. "A empresa também jamais teve qualquer vinculação financeira com as empresas que são objeto da investigação da chamada Operação Acrônimo. Portanto, a informação de que a Oli é uma empresa de fachada é falsa", afirma a primeira-dama. Seu advogado já havia negado que a empresa seria fantasma. Em nota divulgada na sexta-feira (29), a assessoria da primeira-dama afirmou que "Carolina acredita que a própria investigação vai servir para o esclarecimento de quaisquer dúvidas". Foram anexados, no site, documentos de inscrição na Receita Federal, de contratos de locação, de transformação da Oli Comunicação em empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli) e de requerimento de encerramento das atividades, datado em 13 de novembro de 2014. O site ainda afirma que a Oli Comunicação nunca dividiu seu endereço comercial com qualquer outra empresa e que a firma investigada pela Polícia Federal passou a ocupar o imóvel pouco mais de um mês após deixá-lo, em julho de 2014. Afirma ainda que antes disso, em março daquele ano, seu endereço comercial passou a ser o do contador. A Polícia Federal afirma que a empresa de Carolina teria sido usada "com a conivência" da primeira-dama e chegou a fazer buscas no apartamento que ela mantém em Brasília. Ela morou na capital federal até meados do ano passado, quando o ex-terrorista Fernando Pimentel se candidatou ao governo de Minas Gerais. A Operação Acrônimo investiga Bené por suspeitas de desvio de recursos públicos para campanhas do PT. A Polícia Federal encontrou documentos que trazem indícios de que ele teria atuado no caixa dois da campanha do governador. Uma tabela impressa em duas páginas traz a inscrição "Campanha Pimentel", segundo a Polícia Federal. Em outubro do ano passado, durante a campanha eleitoral, a Polícia Federal apreendeu R$ 113 mil em um avião de Bené que saíra de Belo Horizonte e pousara em Brasília. A suspeita é que o dinheiro seria usado em campanhas petistas. Em 2010, na campanha que resultou na primeira eleição da presidente Dilma Roussef (PT), Bené alugou uma casa em Brasília que era usada pelos petistas. O empresário preso recebeu ao menos R$ 525 milhões em contratos com o governo federal desde 2005. O maiores contratos de Bené são com o Ministério da Saúde (R$ 105 milhões). A pasta também é investigada na Operação Lava Jato. Produtoras de publicidade que prestavam serviços para a pasta fizeram pagamentos ao ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR), que está preso. O delegado federal Dennis Cali afirmou na sexta-feira que houve superfaturamento de contratos, desvio de recursos públicos e que alguns serviços não foram prestados. Segundo o delegado, não são alvos da investigação o governador de Minas Gerais nem qualquer partido político. A Polícia Federal também cita no relatório troca de mensagens entre Bené e o ex-deputado petista Virgílio Guimarães que sugerem que eles tinham negócios conjuntos, classificados pelos policiais como uma "sociedade dissimulada". Ainda de acordo com a Polícia Federal, o ex-deputado recebeu pelo menos R$ 750 mil de Bené. Numa das mensagens interceptadas pela Polícia Federal, Bené diz ao petista Virgílio Guimarães: "O cheque de 200 (mil) deve ter voltado. Pode pedir pra reapresentar". O petista Virgílio Guimarães foi apontado nas investigações do Mensalão como o parlamentar que introduziu o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza nos círculos do PT para operar um caixa dois que serviu para pagar uma espécie de mesada para a base aliada do partido. Marcos Valério foi condenado a 40 anos de prisão por conta do Mensalão do PT. 

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