terça-feira, 9 de junho de 2015

POLÍCIA FEDERAL DESBARATA UM NINHO ENORME DE MÉDICOS FANTASMAS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

A Polícia Federal deflagrou hoje (9/6) a Operação Onipresença que investiga médicos acusados de não cumprirem a carga horária contratada no Hospital Universitário, da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, e de não prestar efetivamente atendimento à população atendida por esse estabelecimento, na capital catarinense. Policiais federais deram cumprimento a 52 mandados de busca e apreensão, em hospitais públicos e privados, clínicas e consultórios médicos, nos municípios de Florianópolis/SC, Criciúma/SC, Itajaí/SC e Tubarão/SC. Investigações apontaram que 27 médicos do Hospital Universitário não estavam cumprindo efetivamente a carga horária conforme contratada. Foi comprovado, ainda, que eles possuem vínculos públicos de 60 ou 40 horas semanais de trabalho, porém realizavam atendimentos em consultórios, clínicas e hospitais particulares, em prejuízo do atendimento no hospital público (HU), com carga horária impossível de ser prestada por um ser humano. Os investigados, todos professores universitários, responderão pelos crimes de prevaricação (art. 319 do CP), abandono de função pública (art. 323, §1º do CP), falsidade ideológica (art. 299 do CP) e estelionato contra a União (art. 171, §3º do CP). Além disso, poderão também ser responsabilizados civilmente, com o ressarcimento do erário e administrativamente, com a perda do cargo público. Médicos professores concursados da UFSC possuíam entre 40 e 60 horas semanais de contrato com o Hospital Universitário. Os mesmos médicos também atendiam em clínicas particulares ou lecionavam em universidades privadas. O atendimento no HU seria por oferta, com horário marcado. No entanto, deveria ser por demanda de pacientes. A manobra permitia que os médicos tivessem trabalhos paralelos nos horários que deveriam estar atendendo no HU. Dos 32 médicos analisados na denúncia, 27 já são considerados indiciados pela Polícia Federal. As especialidades vão desde pediatria até cardiologia. Se cada um recebesse o salário médio de um contrato de 40 horas semanais (R$ 20.095,83), em cinco anos a despesa com os 27 indiciados seria de mais de R$ 36 milhões. Em 40 horas semanais, os 27 médicos deveriam realizar 848 consultas, mas só fizeram efetivamente 226 - ou 26,7% do ideal. O atendimento esperado por 27 médicos para contratos de 40h seria de 1.060 horas por semana. Uma média de apenas 283 horas foi registrada na operação Onipresença. Foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão em clínicas e hospitais públicos e privados de quatro municípios do Estado: Florianópolis, Itajaí, Criciúma e Tubarão. Durante todo o dia foi um festival de desfile de carrões em frente ao Tio Patinhas, o prédio da Superintendência da Polícia Federal em Florianópolis, situado na Avenida Beira Mar Norte. Eram Mercedes, BMW, Porsche, etc...., de médicos, de seus familiares e de advogados. Praticamente toda a OAB-SC foi mobilizada para comparecer ao Tio Patinhas. Estrelões da Medicina de Santa Catarina estão envolvidos no processo. 

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