quinta-feira, 25 de junho de 2015

Polícia Federal mapeou depósitos de quase R$ 4 milhões para empresa da mulher do governador Fernando Pimente le



A Polícia Federal mapeou pagamentos para a mulher do governador de Minas Gerais, o petista ex-terrorista Fernando Pimentel, no valor de R$ 3,7 milhões. Segundo a Polícia Federal, os pagamentos foram feitos em favor da empresa Oli Comunicações, que pertence a Carolina Oliveira. Os valores abrangem o período de 2011 e 2014. O grupo francês Casino, dono do Pão de Açúcar, pagou R$ 362,8 mil, entre abril de 2012 a julho de 2012; o Marfrig pagou R$ 595 mil entre novembro de 2011 a abril de 2012; a empresa de publicidade Pepper deu R$ 300 mil. O consultor Mario Rosa, ligado a Benedito Oliveira, o Bené, um dos financiadores da campanha do petista, repassou para a Oli, empresa fantasma, segundo o Ministério Público, o total de R$ 2,4 milhões de 2012 a 2014. A Polícia Federal pediu a busca e apreensão contra 34 alvos. O Ministério Público reduziu para 25 e o Superior Tribunal de Justiça autorizou 19. A Polícia Federal investiga, assim, indícios de operações irregulares realizadas pelas empresas na Operação Acrônimo – que apura suposto esquema de desvio de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais como a do governador de Minas Gerais, o petista e ex-terrrorista Fernando Pimentel. Em decisão do Superior Tribunal de Justiça, que autorizou nesta quinta-feira (25) a segunda fase de mandados de busca e apreensão, o ministro Herman Benjamin diz que “a análise de representação e do parecer do MP indicam que já foram apreendidos documentos (notas fiscais) relativos às operações supostamente irregulares” envolvendo as duas companhias de capital aberto, segundo documento obtido por ÉPOCA. Por essa razão, não foram autorizadas diligências da Polícia Federal nos escritórios dessas empresas. Em janeiro de 2014, quando Fernando Pimentel era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o BNDES, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, adiou o vencimento de um título de dívida do Marfrig no valor de R$ 2,15 bilhões, passando de junho de 2015 para janeiro de 2017. Sem essa operação, o frigorífico poderia quebrar. Ao todo, o banco estatal investiu cerca de R$ 3,5 bilhões na companhia, tornando-se o seu segundo maior acionista. Em 2014, a dívida do Marfrig era de R$ 8,4 bilhões. Além do Casino e do Marfrig, o diretório do PT de Minas Gerais, o BNDES e a Petrobras também estão na mira dos investigadores. Segunda decisão do STJ, “foram encontradas suspeitas de discrepâncias entre as despesas de campanhas declaradas à Justiça Eleitoral e registros contábeis apreendidos em posse de Benedito Rodrigues de Oliveira e notas fiscais encontradas na busca realizada na sede da Gráfica e Editora Brasil Ltda”. A Gráfica e Editora Brasil, controlada pela família de Benedito, recebeu R$ 294,2 milhões dos cofres públicos entre 2004 e 2014. Apesar dos indícios de irregularidades, o ministro considerou que “a realização de busca em sede de partido político por autoridades policiais é medida de extrema gravidade no regime democrático, devendo estar plenamente justificada em elementos concretos”. Em relação ao pedido de diligências na sede do BNDES e da Petrobras, o STJ não se convenceu da necessidade de tal medida, porque essas estatais estão “obrigadas a prestar todas as informações necessárias à apuração dos fatos”. Os valores constam de uma tabela apreendida na casa de Carolina Oliveira. Em nota, a "Marfrig informa que não efetuou qualquer pagamento para a empresa Oli Comunicações. A Marfrig desconhece as investigações mencionadas, não podendo assim comentar um assunto do qual não tem informação".

Nenhum comentário: