segunda-feira, 1 de junho de 2015

Queda de importações e embarques de soja explicam superávit recorde em maio

A queda nas importações e o aumento dos embarques de soja, cujo pico acontece no mês de maio, contribuíram para o superávit da balança comercial no mês passado, de acordo com avaliação do diretor de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Herlon Brandão. Ele disse que a tendência é que o déficit anual da balança, de US$ 2,305 bilhões, continue caindo, mas disse não ser possível prever quando será inteiramente revertido. Em maio, a balança comercial registrou superávit de US$ 2,761 bilhões. Trata-se de um mês tradicionalmente superavitário, em função dos embarques de soja. No entanto, o resultado de maio de 2015 é destaque por ter sido o melhor desde o início do ano e o melhor para meses de maio desde 2012. Herlon Brandão informou ainda que o número é também o melhor resultado para todos os meses da série histórica da balança desde agosto de 2012. “A balança comercial deve continuar reduzindo o déficit, mas, para ficar no azul, temos que aguardar para ver”, disse ele, lembrando que em junho os embarques de soja tendem a ser menores do que em maio e que o grão enfrenta desvalorização no mercado externo. A commodity (produto básico com cotação internacional) está com preços em queda, assim como outros itens do gênero, mas as quantidades embarcadas têm crescido. Em maio, por exemplo, o volume embarcado do grão – de 9,3 milhões de toneladas – foi recorde mensal histórico. O fenômeno de queda das importações – a média diária negociada, de US$ 700,4 milhões, recuou 26,6% em relação a maio do ano passado - foi associado, por Brandão, à redução da atividade econômica e ao dólar mais alto. “Certamente, o menor nível de atividade econômica causa menor demanda por importados. Não tem fator pontual que explique essa queda. É a situação econômica, cambial”, avaliou. Herlon Brandão destacou ainda que tem sido registrada alta nas exportações e queda nas importações de petróleo. Mesmo com a balança devendo parte do resultado positivo à queda na atividade econômica, Brandão destacou que a redução no déficit deve ser encarada como positiva. “A redução do déficit contribui positivamente para a variação do PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país”, disse o diretor.

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