terça-feira, 7 de julho de 2015

Após escândalo, Concacaf rompe contrato com empresa de Hawilla


Após a irrupção do maior escândalo de corrupção da história do futebol, em maio, a Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf) anunciou nesta terça-feira (7) que rompeu o contrato com a Traffic Sports USA, braço da Traffic, empresa do brasileiro José Hawilla, um dos investigados na operação do FBI e do Departamento de Justiça dos EUA. A empresa de Hawilla detinha direitos de transmissão de competições organizadas pela Concacaf. "A Concacaf e a Traffic Sports USA anunciam que sua parceria corporativa está encerrada a partir de hoje. A decisão foi tomada mutuamente após discussões entre as duas organizações, e não irá afetar a capacidade da Concacaf em cumprir suas obrigações existentes referentes a patrocínios e futuros torneios", publicou a entidade responsável pela organização da Copa Ouro, entre outras competições. Um dos principais pivôs da investigação sobre a Fifa, o empresário paulista José Hawilla colabora com o FBI (polícia federal norte-americana) desde o final de 2013. Ou seja, fez delação premiada. A partir daí, ele passou a usar grampo em conversas com outros envolvidos em esquemas de pagamento de propina e lavagem de dinheiro ligados a contratos de futebol, incluindo o então presidente da CBF, José Maria Marin, que está preso na Suíça há uma semana.


A abordagem do FBI ocorreu logo após o próprio Hawilla, de 71 anos, ter sido gravado por outro envolvido. Em dezembro, ao final de cerca de um ano de colaboração, ele formalizou um acordo com Justiça pelo qual se declara réu confesso e se compromete a pagar US$ 151 milhões (cerca de R$ 473 milhões), dos quais o empresário já depositou US$ 25 milhões (R$ 78 milhões). Hawilla é fundador e dono da Traffic, a maior empresa de marketing esportivo da América Latina. Seus negócios incluem também a TV TEM, afiliada da Rede Globo que transmite para 318 municípios do interior paulista. Segundo reportagem recente do jornal "Miami Herald", em abril do ano passado, o empresário gravou até uma conversa com Aaron Davidson, presidente da Traffic USA, filial da sua empresa nos EUA. Davidson também foi indiciado.

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