segunda-feira, 20 de julho de 2015

As anotações de Odebrecht (7), o plano B de Marcelo

Marcelo Odebrecht, nas suas anotações compiladas pela Polícia Federal e publicadas pelo Estadão, admite a possibilidade de ter dado dinheiro para caixa 2 de campanha: "Campanha incluindo caixa 2, se houver era soh com MO (a Polícia Federal acredita ser a MO Consultoria, empresa de fachada de Alberto Youssef), que não aceitava vinculação. PRC (Paulo Roberto Costa) soh se foi rebate de cx2." Mas esse dado não é o mais importante. A frase acima está num contexto (leiam o trecho abaixo) que nos levou à seguinte ilação: a delação de Rogério Araújo seria um plano B (fallback), em que ele livraria todo mundo e só entregaria a si próprio. Rogério Araújo diria que era amigo de políticos e que pagou nas contas que eles mandaram. Que a Odebrecht doava para campanhas a priori, a fim de manter bons relacionamentos, mas que a empreiteira só teria pago no caixa 2 para Youssef, a única forma de fazê-lo, visto que ele "não aceitava vinculação" - e que o dinheiro de Paulo Roberto Costa possivelmente era uma sobra desse caixa 2. Se estivermos certos, Marcelo Odebrecht pensou em direcionar uma possível delação premiada de Rogério Araújo, fazendo com que ele mentisse.

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