quinta-feira, 30 de julho de 2015

Brasil apresenta o primeiro déficit semestral da história, gastos do governo não param de crescer


As contas do governo central (formado pelo Tesouro, Banco Central e Previdência Social\\0 registraram déficit primário de 8,20 bilhões de reais em junho, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quinta-feira. Trata-se do pior resultado da série histórica iniciada em 1997. Com isso, no acumulado dos primeiros seis meses do ano, a economia feita para o pagamento de juros da dívida pública ficou negativa em 1,59 bilhão de reais. Trata-se da primeira vez que o governo apresenta um resultado negativo no período. Em doze meses, o governo acumula déficit de 38,6 bilhões de reais, o que corresponde a 0,68% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado é reflexo da queda na arrecadação federal e do aumento das despesas em meio a um cenário econômico adverso e político conturbado. "O quadro é claro: o ciclo econômico tem afetado a arrecadação", afirmou o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive. Em junho, o Tesouro registrou déficit primário de 1,91 bilhão de reais, enquanto a Previdência Social e o Banco Central apresentaram saldos negativos de 6,26 bilhões de reais e de 23,9 milhões de reais, respectivamente. As receitas líquidas somaram 81,13 bilhões de reais em junho, com queda de 3,4% em relação a junho de 2014. Já as despesas avançaram num ritmo bem maior, ficando em 89,34 bilhões de reais em junho, alta de 11,1% sobre um ano antes, e com alta real (descontada a inflação) de 2,1% no período. Diante desse cenário, o governo anunciou na semana passada redução drástica da meta de superávit primário do setor público consolidado - governo central, Estados, municípios e estatais - a 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) e incluiu uma cláusula que permite abatimentos. Na ocasião, anunciou também corte adicional de gastos de 8,6 bilhões de reais, ampliando para 78,6 bilhões de reais o bloqueio de verbas do orçamento federal no ano para reforço do ajuste fiscal. No mês passado, a arrecadação federal teve queda real de 2,44%, fechando a primeira metade de 2015 com recuo real de 2,9% em consequência do fraco nível de atividade.

Nenhum comentário: