quarta-feira, 29 de julho de 2015

Brasil e Suécia chegam a acordo sobre taxa de juros na compra de caças Grippen NG


Os governos do Brasil e da Suécia chegaram a um acordo sobre a taxa de juros do financiamento da compra dos 36 caças Gripen NG para a FAB (Força Aérea Brasileira). Com isso, o caminho está aberto para o fechamento do negócio. Os detalhes ainda serão divulgados, mas os suecos aceitaram cobrar juros anuais de 2,19% no financiamento oferecido pela SEK (agência de promoção de exportações do país escandinavo), como o Brasil queria. O negócio foi acertado em 2014 por US$ 5,4 bilhões (hoje mais de R$ 18 bilhões), mas o valor deve cair porque a moeda utilizada é a coroa sueca, que perdeu valor recentemente. O pagamento do financiamento só começa em oito anos e meio, e deve durar 15 anos. Estocolmo queria cobrar 2,54% de juros, valor da taxa em outubro de 2014, quando foi assinada a compra – a escolha do Gripen, fabricado pela Saab, ocorreram em dezembro de 2013 após 12 anos de negociações. Só que a taxa, ditada aos países integrantes da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, flutua. Agora, está em 2,19%. Os suecos abriram mão de cobrar pela diferença entre as taxas, como vinham insistindo desde a segunda-feira (27), quando uma comissão da SEK chegou a Brasília. Em nota divulgada nesta tarde de quarta-feira (29), a Defesa celebrou o acerto, mas não deu detalhe algum sobre as condições dele. "Conseguimos acordar a taxa da data de assinatura do contrato. Um ganho para os dois países na consolidação dessa parceria estratégica", afirmou o ministro Jaques Wagner. A compra dos caças, apesar da crise econômica, não esteve sob risco. Para o Planalto, o desgaste internacional seria enorme, já que as tratativas para a aquisição e transferência de tecnologia para o Brasil já estão adiantadas. Pilotos brasileiros treinam com o Gripen na Suécia, e a Saab já está trabalhando com Embraer e outras empresas para capacitar a indústria nacional a fornecer peças e, no futuro, montar o caça no Brasil. O último lote de aeronaves deverá sair, em 2024, da fábrica da Embraer. Os primeiros caças, se o cronograma for mantido, deverão chegar ao Brasil em 2019. Havia a expectativa do aluguel temporário de modelos anteriores do Gripen, para adaptação dos pilotos brasileiros e para melhorar a defesa do espaço do Brasil central, hoje nas mãos de antigos caças F-5 modernizados. Mas a crise econômica praticamente enterrou essa possibilidade, levando o foco para a compra dos aviões em si.

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