domingo, 5 de julho de 2015

Delator Ricardo Pessoa implica 15 partidos e diz que entregou dinheiro vivo para campanha de Lula

Novos documentos da delação premiada do empreiteiro da UTC, Ricardo Pessoa, revelados pelo Jornal Nacional, da TV Globo na sexta-feira,3, mostram que o delator admitiu ter feito repasses legais e ilegais para 15 partidos e que as doações eleitorais de sua empresa visavam “abrir portas” no Congresso e em todos os órgãos públicos. Dentre os repasses, segundo a reportagem, o delator admitiu ter se encontrado sete vezes com o ex-presidente Lula e ter entregue R$ 2,4 milhões em dinheiro vivo para a campanha dele em 2006, mas admitiu não saber se o ex-presidente tinha conhecimento que o dinheiro era ilegal. Além disso, ele admitiu que fez repasses de cerca de R$ 3 milhões para a empresa JD Assessoria, de José Dirceu, mesmo depois que o ex-ministro foi preso no mensalão “apenas e tão somente em razão de se tratar de José Dirceu e de sua grande influência no Partido dos Trabalhadores”. “Mesmo sabendo da impossibilidade de ele trabalhar no contrato firmado, porque estava preso, o aditamento foi feito e as parcelas continuaram a ser pagas”, diz o documento do acordo do delator revelado pelo Jornal Nacional. Na lista apresentada pelo executivo aos investigadores estão os principais partidos da base aliada e também da oposição: DEM, PMDB,PP, PPS, PR, PSC, PSDB, PC do B, PV, PDT, PTB e até o nanico PRTB. Segundo a reportagem, contudo, a lista não difere o que é dinheiro de doação oficial e o que é dinheiro de propina. Os documentos apresentados pela reportagem também revelam novos nomes de políticos que ainda não tinham aparecido até então, como Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão e que, segundo Pessoa teria recebido R$ 200 mil “por fora” para “manter a porta aberta no PR” que, segundo o documento revelado pelo jornal “dominava o Ministério dos Transportes”. Outro nome que aparece nos documentos é o do filho de José Dirceu, o deputado Zeca Dirceu (PT-SP) que, segundo o delator, recebeu R$ 100 mil da empresa após um pedido de Dirceu para Pessoa. Outra planilha que aparece na delação de Pessoa e foi revelada pela reportagem descrita como “controle conta corrente Vaccari” indica, segundo o delator, o valor que o ex-tesoureiro teria retirado de uma conta da UTC “em decorrência das obras com a Petrobrás” no valor de R$ 3,9 milhões. Outra planilha mostra repasses da empreiteira para o PT de maio de 2006 a junho de 2014, quando a Lava Jato já havia sido deflagrada, no valor total de R$ 16,6 bilhões. De acordo com o delator, a quantia não tinha relação com campanhas eleitorais, mas com a propina para as obras na estatal.

O empreiteiro também admitiu, segundo a reportagem, ter feito pagamentos ao PP porque “era cobrado e não queria criar dificuldades”.

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