quarta-feira, 1 de julho de 2015

Dívida bruta do Brasil chega a 62,5% do PIB

O setor público registrou nos cinco primeiros meses de 2015 os piores resultados fiscais (receitas menos despesas) das estatísticas oficiais do governo, o que reduziu a chance de cumprimento da meta de superavit primário fixada para este ano. A economia menor, somada ao pagamento maior de juros, elevaram a dívida e o deficit públicos a níveis recordes. Com isso, fica mais distante outro objetivo do governo: conter o aumento do endividamento para evitar o risco de rebaixamento da nota de crédito do País. A dívida bruta brasileira chegou a 62,5% do PIB, valor mais alto já registrado na contabilidade pública. Há um ano, estava em 54,3%. Um dos fatores que contribuíram para isso foi a queda no superavit primário. A economia do setor público ficou em 1,1% do PIB entre janeiro e maio, o que equivale a R$ 25,6 bilhões –queda de 19% sobre o mesmo período de 2014. Outro motivo para o crescimento da dívida bruta foi o aumento dos juros, que praticamente dobraram, o que é explicado justamente pelas medidas do governo na área econômica. Os principais indicadores que corrigem a dívida são a taxa básica de juros, que subiu para conter a inflação, e os índices de preços, que estão sendo puxados pelo dólar e pela correção de tarifas. No mês de maio, o setor público teve deficit primário de R$ 6,9 bilhões, valor inferior ao resultado negativo de R$ 11,1 bilhões do mesmo período de 2014. O Banco Central afirma que as medidas adotadas para aumentar receitas e cortar despesas ajudarão a melhorar os resultados daqui para frente. A instituição prefere não afirmar, no entanto, se é possível atingir a meta de economizar R$ 66,3 bilhões. Um dos fatores que vão contribuir para a melhora, segundo o Banco Central, é a base de comparação, uma vez que os resultados do segundo semestre de 2014 foram os piores já registrados. O mercado projeta que o deficit de 0,7% do PIB nos 12 meses encerrados em maio se transformará em uma superavit de 0,7% até dezembro, abaixo do 1,1% prometido pelo governo até o momento. O Banco Central destacou ainda a melhora no superavit de Estados e municípios, que passou de R$ 13,6 bilhões para R$ 19,2 bilhões no ano até maio.

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