segunda-feira, 20 de julho de 2015

Ex-presidente da Sete, empresa que é a cara da era lulo-petista, diz ter sido pressionado a receber propina, tadinho! Chorem por ele!

Há coisas que são mesmo comoventes. David Friedlander e Julio Wiziack informam em reportagem na Folha desta segunda-feira que João Carlos Ferraz, que presidiu a Sete Brasil de dezembro de 2010 até maio de 2014, admitiu, em carta enviada à direção da empresa, ter recebido US$ 1.985.834,55 em propina de estaleiros. Alegou que o fez “num momento de fraqueza”, em que era pressionado por colegas. Ah, bom! A gente, quando é moleque, faz muita besteira “pressionado por colegas”: fuma escondido, aperta a campainha e sai correndo (coisa de gente antiga), chuta a bola contra uma vidraça, equilibra-se em locais perigosos… É a primeira vez que vejo um adulto admitir que pegou propina porque todo mundo o incitava a fazê-lo… Ferraz diz que o dinheiro é só esse mesmo e pede uma conta para devolver. Só para lembrar: a Petrobras é uma das sócias da Sete Brasil, ao lado de um grupo de bancos e de fundos de pensão de estatais. Não pensem que Ferraz saiu em razão da constatação de irregularidades. É que os acionistas estavam descontentes com os resultados. Ao ser demitido, levou uma bolada de R$ 11,5 milhões. Queria quase o dobro. Não consta que houvesse algum colega pressionando. Depois de auditoria, em processo sigiloso, a Sete pede que ele devolva R$ 22,2 milhões. Segundo informa a Folha, “a empresa estima que as propinas somaram US$ 224 milhões. Em depoimento, Pedro Barusco, aquele, afirmou que dois terços foram para o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. O restante foi dividido com gente da Sete e da Petrobras, como o ex-diretor Renato Duque”. O mesmo Barusco disse que ele próprio, Ferraz e o ex-diretor da Sete, Eduardo Musa, receberam propina dos estaleiros EAS, Brasfels, Jurong, Enseada e Rio Grande, que negam o pagamento. A Sete Brasil não deixa de ser uma síntese do desastre do Brasil sonhado pelo PT. Empresa formada pela Petrobras e sócios privados para construir e administrar o aluguel de sondas para o pré-sal, era a cereja do bolo azedo da política de “conteúdo nacional”. A dívida da empresa chega hoje a US$ 4 bilhões. A Sete estava destinada a construir 28 sondas para a estatal, orçadas em US$ 22 bilhões. Está paralisada, em fase de reestruturação, e aguardando dinheiro novo que a tire do buraco. É a cara do lulo-petismo. Por Reinaldo Azevedo

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