quinta-feira, 2 de julho de 2015

Janot numa encruzilhada


O pedido da oposição para que Rodrigo Janot investigue Dilma pelo crime de extorsão colocou o procurador-geral num beco com poucas saídas. O principal argumento de Janot na outra vez em que a oposição pediu uma investigação contra Dilma foi de que não se tratavam de fatos relacionados ao mandato vigente. Isso impediria Janot de investigá-la, com base no artigo 86 da Constituição. Desta vez, a história contada por Pessoa tem a ver com a maneira pela qual Dilma obteve dinheiro para a campanha que a elegeu. Mesmo procuradores próximos a Janot dizem que é difícil encontrar argumentos jurídicos para que ele pelo menos não abra uma investigação. Mas, no terreno da subjetividade, ele pode dizer que não vê elementos suficientes para abrir um inquérito. Mas a campanha pela sua recondução à Procuradoria-Geral da República, que Janot toca a pleno vapor, complica o quadro. Ao pedir uma investigação contra Dilma, poderá desagradar setores do PT e de aliados. Se decidir não pedir ao STF a abertura de um inquérito contra a presidente, Janot dará argumentos fortes para que Renan Calheiros e a oposição o critiquem pela seletividade em uma eventual sabatina no Senado. Investigação não é condenação, mas politicamente a oposição usará um eventual inquérito para ressuscitar a tese do impeachment. São grandes as chances de, desta vez, Janot ajudá-los na empreitada. Por Lauro Jardim

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