sexta-feira, 17 de julho de 2015

Organização do Pan vê ato de patriotismo e libera continência

A Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) posicionou-se pela primeira vez, nesta sexta-feira, sobre a polêmica envolvendo atletas brasileiros que vêm prestando continência na cerimônia de entrega de medalhas dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Para a entidade, o ato é apenas uma demonstração de respeito e, por conta disso, poderá continuar sendo feito até o fim da competição. Desde o início dos Jogos, praticamente todos os atletas brasileiros contratados pelas Forças Armadas - são 123 no Pan - que sobem ao pódio vêm prestando continência no momento de execução dos hinos, mesmo que não seja o do Brasil. O ato tem gerado polêmica nas redes sociais, já que muitos veem nisso uma manifestação política. Outros consideram ainda que seria uma forma de publicidade. Os dois casos são proibidos em competições e punidos com a cassação da medalha.

Hugo Artuzo e Daniel Paiola prestam continência após receber a medalha de prata no Badminton em Toronto
Mas não é dessa forma que a entidade máxima que rege o desporto no continente vê o ato. "Fiquei sabendo que isso tem causado certa polêmica no Brasil. A postura da Odepa é que a forma de saudar no pódio, desde que com respeito e de acordo com as normas de cada país, não é motivo para contestação. Os americanos põem a mão sobre o coração, os mexicanos saúdam com a mão no peito de uma outra maneira. É algo que tem a ver com cada país", declarou Ivar Sisniega, primeiro vice-presidente da entidade. "A Odepa só irá interferir quando houver uma falta de respeito à bandeira. Mas entendemos que a saudação militar é uma forma de respeito à bandeira e não há nenhum sentido para questionarmos. É uma forma de patriotismo", insistiu o dirigente. 

Fabiana Beltrame - medalha de prata no remo

Um comentário:

Marcos Borkowski disse...

E quanto a obrigatoriedade da continência quando no pódio? (Lei 5700/71 - Art. 30 - CF): Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, o civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações. Crime de contravenção penal, Art. 35 - CF. Regulamento de continências, insignias de respeito e honras militares. A continência militar: Ela é o sinal de respeito dado pelo militar individualmente a seus superiores, iguais ou subordinados, - às autoridades, à bandeira ou ao hino nacional, à tropa, na conformidade deste regulamento, ou dado coletivamente pela tropa nas mesmas condições. A continência de um militar a outro é essencialmente impessoal, e por isso é uma obrigação mutua, a cumprir em qualquer situação. Ela visa o uniforme ou a insignia, não a pessoa do seu portador, e por isso nenhum militar tem o direito de dispensa-la. À bandeira nacional, conduzida por tropa, e o hino nacional, quando executado juntamente com uma continência ou em solenidade cívica. Todo militar faz alto para a continência à Bandeira, ao Hino e ao Presidente da Republica; as praças a aos oficiais generais de terra e mar. Quando um militar ouvir tocar o Hino Nacional, em uma solenidade, fará alto, voltado para a música, e ficará em continência enquanto durar a execução.