quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A black bloc Sininho presta depoimento à Justiça no Rio de Janeiro e diz que foi "vítima de fofocas"; coitadinha da moça


As black blocs Elisa Quadros Pinto, a Sininho, e Karlayne Moraes, a Moa, participam de uma audiência na 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na tarde desta quarta-feira. Em seu depoimento à Justiça, a black bloc Sininho negou ser uma liderança dos ativistas acusados de promover atos de violência durante as manifestações que aconteceram em 2013, no Rio de Janeiro, e afirmou ser vítima de "fofocas". Segundo ela, destruíram sua identidade pessoal para a criação de uma imagem terrorista que não existe: "Participei desde o início da (movimento) Ocupa Câmara, mas nunca liderei o movimento. Acompanhei por solidariedade". Questionada sobre os planos de queimar ônibus, ela afirmou que não existia esse plano: "Era uma ocupação em barracas e conversávamos, mas não era uma reunião para queimar ônibus. Eu tentava dar o máximo possível para as ocupações, para ajudar as pessoas - disse Sininho, que acrescentou ainda que policiais entravam todos os dias no acampamento, o que impediria que alguém pudesse armazenar galões de gasolina no local". Sobre as doações de quentinhas aos ativistas, que na ocasião causaram polêmica por contar com doações inclusive de um juiz, ela afirmou que a comida era comprada com o dinheiro de pessoas que passavam pela Cinelândia, além da ajuda do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), que doava 60 quentinhas. Ela negou ainda que tinha armas e porretes: "Nunca tive isso. Meu ativismo era com aulas, atividades culturais. Como sou produtora, sempre trabalhei com foco na cultura - contou a ativista, que afirmou estar sem emprego desde 2013, e que pretende fazer o Enem e cursar Direito". A black bloc Elisa Quadros contou que durante os sete meses em que ficou foragida se manteve pela "solidariedade humana". Ela, no entanto, preferiu não dizer onde ficou escondida para não expor as pessoas que a ajudaram. A black bloc Sininho falou ainda sobre o período em que esteve presa em Gericinó, no ano passado: "Não fui torturada porque não apanhava, é um ambiente violento. Vivo numa tortura há três anos. Sou acusada de coisas que nunca fIz, estou sendo torturada emocionalmente neste momento". Coitadinha..... A black bloc Karlayne Moraes, a Moa, também compareceu ao Tribunal de Justiça para a audiência. Durante a sessão, no entanto, ela "se reservou o direito de não falar". O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal da Capital, determinou o prazo de 10 dias para o Ministério Público apresentar suas alegações finais em relação ao processo contra os 23 black blocs. Depois deste prazo, a Defensoria Pública também terá 10 dias para suas alegações e, em seguida, será a vez de todas as defesas, igualmente no período máximo de 10 dias, concluírem suas alegações. Decorrido esse tempo, o processo de 35 volumes retornará para o juiz apresentar a sentença. As black blocs Sininho e Moa são acusadas de participação em atos violentos durante protestos na cidade em 2013. A dupla e outros 21 réus respondem por formação de quadrilha. De acordo com o Tribunal de Justiça, os outros réus já foram interrogados e o processo se encontra em fase de alegações finais. No caso delas, no entanto, como eram consideradas foragidas desde dezembro de 2014, elas ainda não haviam prestado depoimento. As duas tiveram prisão decretada pela Justiça, mas em junho, o ministro Sebastião Reis, da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, concedeu um habeas corpus a três black blocs: Sininho, Moa e Igor Mendes da Silva, que estava preso à época. A decisão do STJ foi anunciada pouco mais de um mês depois de o desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Rio, ter suspendido o processo contra 23 ativistas. Na ocasião, a medida foi tomada devido a uma acusação de corrupção de menores usada nas alegações finais pela promotoria, que citou ainda a associação criminosa e o uso de armas. Nas alegações finais, o Ministério Público também denunciou os réus pelo crime de corrupção de menores. 

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