terça-feira, 18 de agosto de 2015

Arrecadação federal despenca mais 3% e registra o pior mês de julho nos últimos cinco anos


Pelo quarto mês seguido a arrecadação da Receita Federal voltou a cair, refletindo a crise em que se encontra a economia brasileira. As receitas com o pagamento de impostos e contribuições federais somaram 104,86 bilhões de reais, o que representou uma queda real (com correção pela inflação) de 3,13% na comparação com igual mês de 2014. Em relação a junho, houve um aumento de 7,34% na arrecadação, segundo dados divulgados nesta terça-feira, pela Receita Federal. O desempenho da arrecadação no mês passado é o mais baixo para julho desde 2010. Nos primeiros sete meses da nova equipe econômica de Dilma Rousseff, a arrecadação federal somou 712,07 bilhões de reais, um recuo de 2,91% na comparação com o mesmo período de 2014. O valor também é o menor para o período em cinco anos. As incertezas na economia levaram as empresas a adotar um movimento defensivo, deixando de pagar impostos, como o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Nos primeiros sete meses de 2015, a arrecadação da Receita com IRPJ e CSLL apresentou queda real de 9,51%. O total arrecadado no período foi de 119,74 bilhões de reais. Em julho, a queda de arrecadação do IRPJ e CSLL somou 2,37 bilhões de reais, o correspondente a 11,69%. Já arrecadação do PIS e da Cofins, tributos que funcionam como um termômetro da atividade econômica, atingiu 4,91 bilhões de reais no mês passado, o equivalente a um aumento de 3,15%. Nos primeiros sete meses do ano, o governo abriu mão de arrecadar 62,63 bilhões de reais por causa das desonerações tributárias, um aumento de 11,76% em relação ao mesmo período de 2014. Em julho, as desonerações concedidas pelo governo totalizaram 7,74 bilhões de reais, valor que equivale a uma renúncia fiscal 3,34% inferior à registrada em igual mês de 2014, que chegou a 8,01 bilhões de reais. A desoneração de folha de pagamento custou 1,86 bilhão de reais em julho e 13,062 bilhões de reais nos sete primeiros meses do ano. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tenta aprovar projeto de lei que aumenta a carga tributária das empresas desoneradas pela folha de pagamentos. A Receita contou com um reforço adicional e uma arrecadação extra de 2,33 bilhões de reais em julho. Sem essas receitas extraordinárias, o resultado da arrecadação seria ainda pior. Entre janeiro e julho deste ano, as receitas extraordinárias somam 10 bilhões de reais.

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