sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Bancos apresentam um lucro 46,5% maior no primeiro semestre

O Banco do Brasil (BB) anunciou nesta quinta-feira que fechou o primeiro semestre do ano com lucro líquido de R$ 8,8 bilhões — uma cifra 9,1% maior que a registrada no mesmo período de 2014. Com o resultado, o ganho semestral conjunto de quatro gigantes do varejo do País (Itaú, Bradesco e Santander, além do próprio Banco do Brasil) somou R$ 33,8 bilhões, um incremento de 46,5% sobre o registrado nos primeiros seis meses de 2014, de acordo com dados compilados pela Austin Rating. Para driblar a crise, o Banco do Brasil seguiu a receita dos concorrentes: elevou a margem financeira (spread, diferença entre o custo de captação dos recursos e quanto o banco cobra para emprestar) na ponta dos financiamentos. O banco elevou a projeção para a margem financeira este ano, da faixa de 9% a 13% para a de 11% a 15%. E também aumentou os ganhos com serviços (tarifas), como forma de compensar a desaceleração da demanda por crédito. De janeiro a junho, as receitas com serviços do maior banco do país totalizaram R$ 12,7 bilhões, 7,2% mais que um ano antes. A fraca expansão do crédito, combinada com o aumento das provisões contra calotes, contudo, fez o lucro do Banco do Brasil encolher em relação ao trimestre anterior. De abril a junho, o resultado somou R$ 3 bilhões, um crescimento de 6,3% frente ao mesmo período de 2014, mas 48,3% abaixo dos R$ 5,8 bilhões do primeiro trimestre. Se considerada a inflação, o saldo da carteira de crédito do Banco do Brasil praticamente estagnou nos primeiros seis meses do ano: no fim de junho, o total de operações contratadas era de R$ 704,48 bilhões, volume apenas 6,4% maior que os R$ 665,8 bilhões de junho de 2014. Dentro da estratégia da instituição de se concentrar em linhas de menor risco, destacaram-se os financiamentos imobiliários, que cresceram 39,5%. As operações de consignado, em compensação, avançaram apenas 3,3%, enquanto os empréstimos para governos aumentaram 51,7%. A despeito do crescimento de apenas 6,4% do crédito no primeiro semestre, o Banco do Brasil manteve inalteradas as metas de expansão dos empréstimos para 2015, entre sete pontos centesimais e 11 pontos centesimais. De acordo com o presidente do Banco do Brasil, cerca de 500 empresas que não vinham exportando procuraram o banco nos últimos meses em busca de crédito para retomar as vendas ao Exterior.  A taxa de inadimplência das operações de crédito ficou em 2,04%, ligeiramente menor que os 2,05% do final de março, mas acima do 1,99% de junho de 2014. Embora abaixo dos 2,9% da média do sistema financeiro, o Banco do Brasil criou um portal em que clientes pessoa física e pequenas empresas podem refinanciar os débitos em atraso sem intermediação de gerentes. No primeiro semestre, cerca de R$ 1 bilhão foi refinanciado por esse canal. Com o risco maior de emprestar no cenário econômico atual, o Banco do Brasil elevou a despesa com provisão para perdas com calotes a R$ 5,53 bilhões entre abril e junho, avanço de 21% na comparação anual. O volume de operações em renegociação por atraso disparou 89,5% em apenas um trimestre, para R$ 3,7 bilhões. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido ficou em 14,1% no segundo trimestre, abaixo dos 16,1% do mesmo período de 2014. 

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