quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Dólar alcança R$ 3,53 e Bolsa cai com aumento da rejeição ao governo Dilma


O dólar atingiu R$ 3,53 e a Bolsa cai nesta quinta-feira (6) após pesquisa Datafolha mostrar que a rejeição à presidente Dilma Rousseff (PT) superou as piores taxas registradas por Fernando Collor (1990-92) no cargo às vésperas de sofrer um processo de impeachment. Às 10h53, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,69%, para R$ 3,518. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio Exterior, tinha valorização de 0,80%, também para R$ 3,518. É a sexta sessão seguida de alta da moeda americana. Às 10h53, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, tinha queda de 0,72%, para 49.924 pontos. Além da crise política, a queda dos preços de minério de ferro e do petróleo afetam o índice nesta sessão. O levantamento Datafolha pode representar o aumento das pressões políticas da oposição sobre a presidente Dilma, avalia Eduardo Velho, economista-chefe da Invx Global Partners. A rejeição à presidente subiu para 71%, ante 65% em pesquisa realizada na terceira semana de junho. O grupo dos que consideram a atuação da petista ótima ou boa variou para baixo, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Em junho, 10% dos consultados pelo Datafolha mantinham essa opinião. Agora, são 8%. "Quanto maior o desgaste de popularidade do governo, maiores as pressões por um impeachment. O Congresso sente o maior isolamento político do governo e o descontentamento dos partidos com a presidente. Isso eleva a probabilidade de assumirem uma posição contrária aos ajustes defendidos pelo governo", afirma Velho. Na madrugada desta quinta-feira, o governo sofreu nova derrota na Câmara. Com apoio até do PT, o plenário aprovou o texto principal do primeiro item da "pauta-bomba" que ameaça o ajuste fiscal e que eleva o salário de parte da cúpula do funcionalismo público. "É a ratificação de um cenário político negativo para os projetos fiscais do governo, o que aumenta a chance de que o superavit primário não seja alcançado neste ano", diz Velho. As sucessivas derrotas no Congresso podem cobrar um preço caro para o governo, caso o ministro Joaquim Levy (Fazenda) peça demissão, ressalta o economista-chefe da Invx. "Ele seria como o diretor financeiro de uma empresa que está de mãos atadas. Quanto mais o cenário fiscal se deteriora, maior a probabilidade de que ele peça demissão. Aí sim ocorreria um choque cambial". O cenário político aumenta a percepção de risco do mercado e contribui para a baixa da Bolsa, pressionada pela queda das ações de bancos, Petrobras e Vale. Às 10h49, os papéis preferenciais da mineradora Vale tinham queda de 0,45%, para R$ 15,32. No horário, as ações ordinárias caíam 0,26%, para R$ 18,96. A desvalorização ocorre em linha com a queda dos preços do minério de ferro no exterior. A commodity caiu 0,67%, para US$ 56,40. A queda dos preços do petróleo no Exterior pressiona em baixa os papéis da Petrobras nesta quinta-feira. Às 10h51, as ações mais negociadas da empresa tinham perda de 0,89%, para R$ 9,92, enquanto as ações com direito a voto registravam baixa de 0,63%, para R$ 10,92. Ações de bancos também pesam nesta sessão. Às 10h52, os papéis do Itaú Unibanco caíam 0,51%, para R$ 29, enquanto as ações do Banco do Brasil cediam 1,84%, para R$ 21,30. Os papéis preferenciais do Bradesco se desvalorizavam 0,15%, para R$ 25,91, e os ordinários perdiam 0,47%, para R$ 27,11.

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