terça-feira, 25 de agosto de 2015

Dólar chega a R$ 3,60 e pela primeira vez nos últimos 12 anos


O dólar subiu mais de 1,5% frente ao real nesta terça-feira, pela terceira sessão seguida, indo para o patamar de 3,60 reais pela primeira vez em 12 anos e meio, com o cenário político local conturbado ofuscando o alívio causado após o anúncio de medidas para impulsionar a economia na China. A moeda norte-americana avançou 1,57%, a 3,60 reais na venda, máxima de fechamento desde 27 de fevereiro de 2003 (3,66 reais). Em três sessões, o dólar acumulou alta de 4,30%. "Tivemos um alívio mais cedo com a China, mas o cenário interno pesou. Ainda tem incertezas no lado político e isso está afetando o mercado", disse diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues. Na mínima do dia, a divisa recuou 1,10%, a 5,51 reais, reagindo ao anúncio de medidas de apoio à economia da China. Na terça-feira, o vice-presidente da República, Michel Temer, deixou o "dia a dia" da articulação política do governo, que vem enfrentando atritos com o Congresso e, em especial, com integrantes de seu partido, o PMDB. Nesta terça-feira, contudo, Temer afirmou que seguirá na coordenação, mas "formatada de outra maneira" e declarou que qualquer hipótese de impeachment da presidente Dilma Rousseff é "impensável". Na reta final do pregão, o dólar ampliou ainda mais a alta, com os mercados externos também perdendo ímpeto. Mais cedo, a moeda americana recuou após o banco central da China cortar as taxas de juros e, ao mesmo tempo, afrouxar as taxas de compulsório - valor que os bancos são obrigados a ter como reserva - pela segunda vez em dois meses. O objetivo é evitar maiores instabilidades no mercado acionário, que registrou fortes quedas nas últimas duas sessões, afetando bolsas no mundo todo. O Banco do Povo da China anunciou em seu site na Internet que reduziu a taxa de empréstimo de 1 ano em 0,25 ponto percentual, para 4,6%. Segundo a autoridade monetária, o corte entra em vigor a partir de 26 de agosto. Em paralelo, o banco central também reduziu a taxa de compulsório em 0,5 ponto percentual, para 18%, para a maioria dos grandes bancos, sendo que a mudança terá efeito a partir de 6 de setembro. O anúncio veio após as bolsas chinesas despencarem mais de 8% na segunda-feira e mais de 7% nesta sessão.

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