quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Em jantar, senadores tucanos e do PMDB ensaiam aproximação

Um jantar na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) reuniu na terça-feira tucanos e peemedebistas, incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Aécio Neves (PSDB-MG). Os senadores analisaram prós e contras de um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. Do PSDB, estavam José Serra (SP) e Aloysio Nunes (SP), além de Tasso e Aécio. Do PMDB, Renan estava com Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE). Tucanos presentes dizem que Renan adota sempre tom cauteloso ao falar de uma eventual saída de Dilma. Essa postura, afirmam, não é tão beligerante quanto a do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que na segunda-feira discutiu uma manobra para pautar o impedimento. 


O impeachment divide o PSDB. A ala ligada a Aécio avalia que trocar Dilma pelo vice Michel Temer poderia até prolongar a crise e prefere a cassação da chapa pela Justiça Eleitoral e a realização de nova eleição. Diante do agravamento dos quadros político e econômico, o jantar de terça-feira foi classificado pelas cúpulas dos dois partidos no Senado como tentativa de aproximação e abertura de diálogo entre os grupos. O encontro não foi o primeiro e, dizem, não deve ser o último. Um dos articuladores da reunião, Aécio foi surpreendido com a informação de que Renan havia divulgado em sua agenda que receberia a bancada do PSDB em jantar na residência oficial. O plano inicial era que nem todos os tucanos participassem do encontro, apenas o grupo mais próximo a Aécio Neves. Tucanos e peemedebistas começaram a dizer que o jantar havia sido cancelado. Em seguida, articularam o encontro “clandestino” na casa de Tasso. Para despistar a imprensa, antes da reunião os tucanos passaram em outro jantar, oferecido por senadores e deputados do PSDB de Santa Catarina. Os anfitriões serviram tainha, peixe típico do litoral catarinense.

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