domingo, 16 de agosto de 2015

Polícia Federal acha registro de viagem de Zelada com ex-sócio de lobista do PMDB


A Polícia Federal localizou o registro de viagem do ex-diretor da Petrobrás Jorge Luiz Zelada (Internacional), preso pela Operação Lava Jato, para abrir uma conta no Principado de Mônaco. O executivo saiu do País, em 7 de fevereiro de 2011, às 21h03, rumo a Paris, no mesmo vôo em que estava Miloud Hassene, ex-sócio do lobista do PMDB João Augusto Rezende Henriques na empresa Trend. Segundo a PF, Jorge Zelada abriu sua conta no Banco Julius Bar, em Mônaco, em 15 de fevereiro de 2011, período em que estava na França.


No Principado, investigadores descobriram que Zelada mantinha 11,5 milhões de euros. A viagem reforça indícios de corrupção de US$ 31 milhões em contrato do navio-sonda Titanium Explorer. “Reforçam-se, portanto, os indícios de que a conta em Mônaco mantida em nome de Jorge Luiz Zelada foi aberta no período estipulado e com a finalidade de ocultar os valores espúrios recebidos em virtude de sua atuação na Diretoria da Área Internacional da Petrobrás”, afirmou o delegado Filipe Hille Pace.
O ex-diretor e o lobista do PMDB João Henriques são réus em processo na Justiça Federal do Paraná por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo o contrato do Titanium Explorer. Segundo a denúncia da Procuradoria da República, a propina acertada no contrato era de US$ 31 milhões, dos quais US$ 20,8 milhões teriam sido efetivamente pagos. A cota do PMDB, afirma o Ministério Público Federal, chegou a US$ 10 milhões em 2009. Zelada foi sucessor do ex-diretor Nestor Cerveró – preso desde 14 de janeiro – na diretoria Internacional, cota do PMDB no esquema de loteamento político na estatal. A Procuradoria constatou que João Henriques foi executivo da Petrobrás, de onde saiu para exercer a atividade de lobista.


Durante as investigações da Lava Jato, o Ministério Público Federal descobriu que Zelada era controlador da conta em nome da offshore Rockfield Internacional S.A. Na conta da Rockfield Internacional a força-tarefa da Lava Jato conseguiu bloquear a maior parte da fortuna não-declarada de Zelada: 11 milhões de euros. Em outra conta aberta no mesmo banco – esta em seu nome – havia mais 32 mil euros. Mônaco é uma cidade-Estado, paraíso-fiscal situado no sul da França. Em setembro de 2007, o ex-banqueiro italiano Salvatore Cacciola, protagonista do escândalo do Banco Marka, foi preso pela Interpol no Principado. Condenado a 13 anos de prisão no Brasil por desvio de dinheiro público e gestão fraudulenta de instituição financeira, o ex-dono do banco Marka estava foragido da Justiça brasileira ficou 7 anos foragido, desde o ano 2000. 

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