quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Poupança registra em julho o maior rombo em 20 anos, de R$ 2,45 bilhões


A quantia de saques da poupança superou a de depósitos em 2,45 bilhões de reais em julho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, pelo Banco Central. No ano até o mês passado, as saídas líquidas dessa aplicação somaram 40,99 bilhões de reais. Nos dois casos, tratam-se dos maiores volumes de retiradas dos últimos 20 anos para os períodos, desde quando a instituição começou a compilar as informações disponíveis até hoje, em 1995. Em janeiro passado, o resultado ficou negativo em 5,5 bilhões de reais e, em fevereiro, em 6,3 bilhões de reais. Em março, os resgates superaram os depósitos em 11,4 bilhões de reais e, em abril, em 5,8 bilhões de reais. Em maio, o saldo ficou no vermelho em 3,2 bilhões de reais e, em junho, em 6,3 bilhões de reais. O resultado de março foi, portanto, o pior da série histórica do Banco Central para um mês e o de junho, o terceiro pior, atrás também do de fevereiro. Com o resultado de julho, o saldo total da poupança ficou em 648,24 bilhões de reais, já incluindo os rendimentos do período, no valor de 4,13 bilhões. Os depósitos na caderneta somaram 167,4 bilhões de reais no mês passado, enquanto as retiradas foram de 169,9 bilhões de reais. A situação de julho só não foi pior porque, no último dia do mês, a quantidade de aplicações foi 4,35 bilhões de reais maior do que o das retiradas. Até o dia 30, o saldo da caderneta estava no vermelho em 6,8 bilhões de reais. É comum ocorrer um aumento dos depósitos no último dia de cada mês por conta de aplicações automáticas e de sobras de salários. O que tem ocorrido nos últimos meses, no entanto, é que essa sobra tem sido cada vez menor. Além disso, com o atual ciclo de alta dos juros básicos e do dólar tornando outros investimentos mais atrativos, a caderneta de poupança perde o brilho. Até porque, há três anos a forma de remuneração da aplicação mudou. Pela regra de maio de 2012, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor que 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a taxa básica está em 14,25% ao ano. Quando o juro sobe a partir de 8,75% ao ano passa a valer a regra antiga de remuneração fixa de 0,5% ao mês mais a TR. O saldo da caderneta de poupança é uma das principais fontes de financiamento do crédito imobiliário. Diante do aumento das retiradas, em decorrência da crise econômica e também dos rumores, já desmentidos, de confisco, a Caixa teve de aplicar medidas restritivas ao crédito. Na quarta-feira, depois de reduzir os porcentuais de crédito para imóveis novos e usados, o banco anunciou que vai restringir o crédito daqueles que já possuem financiamento com o banco.

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