quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Supremo nega pedido de Eduardo Cunha para retirar processo da Lava-Jato das mãos do juiz Sérgio Moro


O ministro Teori Zavascki, relator das investigações da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quarta-feira pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para retirar da Justiça Federal do Paraná a ação penal sobre irregularidades na contratação de navios-sonda pela Petrobras. A defesa de Cunha argumentou que a primeira instância tentou investigá-lo, o que é proibido, porque a Constituição Federal dá a parlamentares o direito ao foro privilegiado. Por isso, ele queria a transferência dos autos para o STF. No ano passado, em acordo de delação premiada, o lobista Júlio Camargo negou o envolvimento de Eduardo Cunha no esquema de desvios da Petrobras. Este ano, em novos depoimentos, Julio Camargo acusou o atual presidente da Câmara dos Deputados de participar das irregularidades. Ele teria recebido US$ 5 milhões em propina. O pedido de Eduardo Cunha chegou ao STF depois da revelação mais recente. Zavascki negou o pedido. Ele concordou com as informações prestadas pelo juiz que conduz a Lava-Jato em Curitiba, Sérgio Moro, e pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que Eduardo Cunha não estava sendo investigado na primeira instância. O parlamentar foi apenas citado em depoimento, o que não é proibido. Já existe inquérito instaurado no Supremo para investigar o deputado federal. Na segunda feira, Moro condenou o lobista Fernando Baiano, apontado como operador dos desvios da Petrobras; o lobista Júlio Camargo; e o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró. Eles também são acusados de tirar vantagem dos contratos de navios-sonda pela Petrobras.

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