sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A tempestade da incompetência perfeita

Um país pode decidir administrar a política cambial e manter desvalorizada a sua moeda, inclusive artificialmente. A China faz isso. Mas moeda nativa pode despencar em razão da crise. É o nosso caso. O dólar atingiu nesta sexta a segunda maior cotação desde o Plano Real. Avançou quase 2% (1,96%) em único dia, fechando a R$ 3,958. Que coisa, não? Quando Lula ganhou a eleição, em 2002, a moeda americana também disparou, mas ficou abaixo da cotação atual. Ou por outra: o mercado tinha menos medo do que não sabia do PT do que do que sabe do partido. Ou: antes, a dólar elevado refletia as incertezas sobre a legenda; hoje, de forma mais grave, reflete as certezas. A moeda disparou depois que circularam informações de que a Moody’s iria rebaixar a nota do país. Se isso acontecer, será a segunda agência de risco a pôr o Brasil no grau especulativo. A outra é Standard & Poor’s. O que é ruim pode ficar muito pior. E, tudo somado e, sobretudo, subtraído, essa hora pode não estar muito longe. O resultado da arrecadação de agosto, por exemplo, é catastrófico; o desempenho da economia está bem abaixo das previsões mais pessimistas, e nem por isso a inflação dá folga. Recessão, inflação alta, juros estelares e arrecadação em declínio… É a tempestade provocada pela incompetência perfeita. Por Reinaldo Azevedo

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