quinta-feira, 10 de setembro de 2015

CPI do BNDES vai ouvir Taiguara, sobrinho de Lula, e Eike Batista

A CPI que apura as operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no exterior aprovou nesta quarta-feira a convocação do empresário Taiguara Rodrigues dos Santos, filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, irmão da primeira mulher do ex-presidente Lula, para prestar esclarecimentos aos deputados. Conforme revelado por VEJA, Taiguara é figura conhecida entre empresários brasileiros que fazem negócios com Cuba, países da África e da Europa. De pequeno empresário, transformou-se em dono de construtora que trabalhava em parceria com a Odebrecht em obras da empreiteira no exterior, financiadas com dinheiro do BNDES. O requerimento para a convocação de Taiguara foi feito pelos deputados Arnaldo Jordy (PPS-PA) e João Gualberto (PSDB-BA). Os deputados também pediram a convocação dos empresários Eike Batista, do grupo EBX, Dalton Avancini, da Camargo Correa, Fersen Lambranho e Wilson Zanatta, da LBR, e Joesley e Wesley Batista, da JBS. Os únicos poupados da CPI foram os irmãos Batista, da JBS. A liberação dos irmãos Batista provocaram tumulto entre os deputados da oposição e a convocação de Taiguara suscitou revolta entre petistas e aliados. “É vergonhoso para a CPI não convocar os donos da Friboi. Depois (os integrantes da CPI) ficam irritados com a suspeição por conta do financiamento de campanha. Que isenção terá quem foi financiado pela Friboi? É preferível encerrar a CPI se empresários já investigados em várias instâncias não forem convocados”, disse Jordy. Já Carlos Zarattini (PT), afirmou que o convite a Taiguara era “fora de propósito”. Taiguara ganhou contratos de obras após o ex-presidente Lula ter viajado, com dinheiro da Odebrecht, para negociar transações para a empreiteira. Em 2012, por exemplo, a Exergia Brasil, de Taiguara, foi contratada pela Odebrecht para trabalhar na obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola. O acerto entre as partes foi formalizado no mesmo ano em que a Odebrecht conseguiu no BNDES um financiamento para realizar esse projeto na África. Funcionários do governo e executivos de empreiteiras costumam identificá-lo como “o sobrinho do Lula”. Na semana passada, foram aprovados mais de trinta requerimentos de documentos relacionados às operações do banco com empresas nacionais e estrangeiras. Dois deles, também de autoria dos deputados Jordy e João Gualberto, se referem às relações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a construtora Odebrecht em obras fora do país. Com a aprovação dos requerimentos, os parlamentares devem receber do Ministério Público Federal (MPF) cópias dos autos de investigação que apuram suspeitas de tráfico de influência do ex-presidente. A CPI, contudo, ainda não colocou em votação a convocação do ex-presidente para ser ouvido por parlamentares. Por Reinaldo Azevedo

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