sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Doleiro Alberto Youssef diz que o PP procurou ministros de Dilma para discutir propina

O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do esquema de corrupção da Petrobras, afirmou à Polícia Federal que lideranças do PP procuraram ministros do governo Dilma Rousseff para discutir a destinação de propina do esquema. Segundo o doleiro, no início do governo Dilma, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, "mencionou claramente nas reuniões com lideranças do PP que necessitava de uma indicação do Palácio do Planalto acerca de qual grupos do PP o mesmo deveria direcionar os recursos do esquema de corrupção na Petrobras". O documento da Polícia Federal afirma que a questão foi tratada com o ex-ministro Gilberto Carvalho, que ocupou a Secretaria-Geral da Presidência do governo Dilma e foi chefe de gabinete do ex-presidente Lula, e a ex-ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que era responsável pela articulação política com o Congresso. "O conflito interno do PP, resultante das disputas entre os grupos liderados por Mário Negromonte (ex-ministro das Cidades) e Ciro Nogueira (senador e atual presidente do PP) chegou, segundo Alberto Yousseff, ao conhecimento de Ideli Salvatti e de Gilberto Carvalho". Aos investigadores, Paulo Roberto Costa negou ter tratado "tal assunto" com Ideli e Gilberto Carvalho. De acordo com o doleiro, o destino da propina repassada ao PP ficou numa indefinição por três ou quatro meses. O delator afirmou ainda que o deputado Nelson Meurer (PP-SC) e o ex-ministro Mario Negromonte (PP-BA) disseram ter tratado do assunto referente à Petrobras com os ministros. A Polícia Federal aponta ainda que Yousseff afirmou que "quando se refere ao tema Petrobras, obviamente, está se referindo ao esquema de distribuição de vantagens indevidas a parlamentares do PP". A Polícia Federal afirma que os dois ministros não são investigados na Lava Jato, mas pede que eles sejam ouvidos porque seria "plausível que as tratativas políticas realizadas pelos parlamentares do PP tenham sido feitas com os ministros Ideli Salvatti e Gilberto Carvalho, tal como citado por Alberto Youssef. "Entende-se necessário que sejam trazidas aos autos as declarações da então ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e também a do então ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da Republica, Gilberto Carvalho, a fim de que apresentem, dentre outras informações, as suas versões sobre a atuação do governo federal em face da crise política interna do PP, que resultou na troca do ministro das Cidades". A Polícia Federal lista ainda ao STF que outros sete ex-ministros dos governos Lula e Dilma são investigados na Lava Jato: Paulo Bernardo (Planejamento/Comunicações), Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil), Edson Lobão (Minas e Energia), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Mário Negromonte (Cidades) e José Dirceu (Casa Civil).

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