segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Economistas já prevêem queda de 1% no PIB de 2016, diz boletim Focus do Banco Central


Os economistas do mercado financeiro consultados pela pesquisa Focus, do Banco Central prevêem que a atividade econômica vai registrar uma contração de 2,80% este ano – é a 11ª piora seguida nas expectativas. Para o ano que vem, a previsão foi reduzida pela oitava vez consecutiva e já se espera que a economia encolha 1%. A previsão de inflação para 2015 e 2016 também foi elevada, assim como a cotação do dólar no fim deste ano e taxa Selic que estará em vigor em dezembro do ano que vem. A piora na expectativa em relação ao PIB do ano que vem está ligada, em grande medida, à previsão de retração de 0,60% na produção industrial, ante uma expectativa de crescimento de 0,20% apontada no levantamento da semana anterior. A inflação, de acordo com o relatório Focus, deve fechar 2015 em 9,46%. Na semana passada, a expectativa era que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficasse em 9,34%. Em 2016, a taxa deve ficar em 5,87% — acima da meta de inflação do Banco Central, que é de 4,5%, podendo variar dois pontos para cima ou para baixo. A previsão para o ano que vem foi elevada pela oitava semana seguida e cada vez mais se aproxima do teto do alvo do governo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,39% em setembro, informou o IBGE na terça-feira passada. O resultado mostrou uma desaceleração frente a agosto, quando a taxa foi de 0,43%. Em 12 meses, a inflação acumulada é de 9,57% — mantendo-se como a mais elevada desde dezembro de 2003 (9,86%), já que a taxa de setembro foi exatamente igual a do mesmo mês do ano passado. No ano, a alta de preços é de 7,78%, maior taxa para o período de janeiro a setembro desde 2003 (8,46%).


A inflação deste ano reflete, em grande medida, a forte alta nos preços administrados pelo governo, como o da energia elétrica. O Focus desta semana elevou a previsão para a inflação dos preços controlados de 15,20% para 15,50% este ano. Para 2016, também houve leve elevação, de 5,91% para 5,92%, pressionando o resultado esperado para o IPCA. E após o dólar bater a maior cotação da história do Plano Real, ao superar os R$ 4,24, a taxa de câmbio para este ano foi elevada pela quarta vez consecutiva. A previsão agora é de que o dólar seja vendido a R$ 3,95. Na semana passada, a expectativa era de R$ 3,86. A moeda americana acabou fechando a semana passada a R$ 3,975, com queda de 0,42% em relação ao dia anterior — mas acumulou uma alta de 0,36% de segunda a sexta-feira. A pressão de alta só arrefeceu depois que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que as reservas internacionais são um instrumento que “pode e deve” ser usado para atuação no câmbio, juntamente com uma série de leilões de dólares no mercado. 


No próximo ano, de acordo com os economistas ouvidos pelo Banco Central, a divisa deve chegar a dezembro em R$ 4,00 - mesmo patamar previsto na última pesquisa. Já a Selic para este ano foi mantida no mesmo nível pela nona semana seguida, nos atuais 14,25%. Para 2016, houve mais uma alteração e os economistas subiram a taxa de 12,25% para 12,50%.

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