sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Gabrielli sabia que doleiro Youssef atuava como operador, reitera Costa


O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, implicou pela segunda vez José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da companhia, no esquema de corrupção na estatal. Costa deu novo depoimento prestado à Polícia Federal em julho deste ano, e afirmou que ele sabia que o doleiro Alberto Youssef atuava como operador na diretoria de Abastecimento. Já tendo relatado antes que tratou com o chefe de gabinete de Gabrielli sobre o pagamento de R$ 10 milhões para enterrar uma CPI sobre a Petrobras, desta vez Costa disse que era “bem provável” que o ex-presidente “tivesse pleno conhecimento dos esquemas de corrupção nas diretorias”. Costa foi ouvido na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, no dia 22 de julho. Na ocasião, o ex-diretor disse que Gabrielli sabia que Youssef atuava como operador do esquema na Diretoria de Abastecimento, embora tenha dito não saber se o então presidente da Petrobras conhecia o doleiro. As declarações foram feitas ao ser questionado sobre o caso de uma dívida referente a um contrato rescindido da Petrobras com Ricardo Marcelo Villani, proprietário das empresas Muranno Brasil Marketing e Mistral Comunicação. Esse caso já havia sido relatado pelo doleiro e foi confirmado por Costa. Segundo o ex-diretor, Gabrielli lhe procurou e pediu que quitasse a dívida. “Gabrielli explicou ao declarante (Costa) que Ricardo Marcelo estaria pressionando o Partido dos Trabalhadores, ameaçando tornar público o pagamento de uma propina decorrente de um contrato celebrado entre a empresa de Ricardo e a Petrobras”, diz o depoimento. Segundo o relato, Paulo Roberto Costa diz ter falado a Gabrielli que resolveria o caso por meio de Youssef. E teria recebido a seguinte resposta: “Resolva, pois está causando um desconforto”. Posteriormente, o ex-diretor afirma ter avisado ao então presidente da Petrobras que a dívida havia sido paga por Youssef. Anteriormente, à CPI da Petrobras, o ex-presidente afirmou que não existia corrupção “sistêmica” na estatal e que os casos detectados eram “individualizados”. Disse ainda que os sistemas de controle interno e as auditorias externas não foram capazes de descobrir os pagamentos de propina. Em depoimento à Polícia Federal, Villani já confirmou que foi procurado por Youssef para resolver o problema da dívida.

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