quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Mercadante, que deve ser substituído por Wagner, pode ser devolvido para Educação. Ou: Janine, o Breve?

Se tudo acontecer como está desenhado até agora — em matéria de governo Dilma, nunca se sabe —, Aloizio Mercadante passará a ter uma função na Esplanada dos Ministérios: deixará a Casa Civil, onde, segundo desafetos de fora e de dentro do PT, só se dedica à intriga, e reassume o Ministério da Educação. É bem verdade que, nessa função, dedicava-se a fazer o que já faz hoje: engravidar a presidente pelo ouvido. Se for assim, Renato Janine Ribeiro, o petista que não ousa dizer seu nome, ficará pouco mais de cinco meses à frente da Educação. Assumiu no dia 6 de abril. Com a escolha, Dilma pretendia demonstrar que essa conversa de “Pátria Educadora” era mesmo pra valer, daí um professor universitário que é especialista em, bem…, em ética petista, que vem a ser algo tão frequente como cabeça de bacalhau e enterro de anão. Confirmada a mudança, teremos o quê? Mercadante, que estava na Educação, fazia as vezes de chefe da Casa Civil; indo para a Casa Civil, passou a fazer coisa nenhuma. Assim, nada mais justo, na pantomima petista, do que voltar para a pasta de onde saiu… Janine promete dar alguns colóquios profundos sobre a experiência em jantares chiques de esquerda nos Jardins e no Leblon. Para a Casa Civil, Dilma deslocaria Jaques Wagner, atual ministro da Defesa, que, de vez em quando, atua como coordenador político. Uma coisa é certa: tem mais trânsito no Congresso do que Mercadante e fala com todas as alas do PT, o que é uma vantagem no cotejo com o atual titular, que não fala com nenhuma. Para a Defesa, um dos cotados é Aldo Rebelo, atual ministro da Ciência e Tecnologia. Se Dilma levar adiante essa opção, não haverá resistência dos militares. Embora pertença ao PCdoB, partido que promoveu a guerrilha da Araguaia, Rebelo não participou daquela jornada. A guerrilha foi esmagada em 1974, e ele só entrou no partido em 1977. Haver um, vá lá, comunista formal como chefe das Forças Armadas não deixa de ter certo sabor de ironia. Não custa lembrar que a presidente Dilma pertenceu a dois grupos terroristas. Aldo, um nacionalista convicto e crítico do que considera ameaças internacionalistas sobre o patrimônio natural brasileiro, tende a ser bem aceito pelo militares. Para a secretaria-geral da Presidência, deve ir Ricardo Berzoini, que também fará a coordenação política, junto com mais umas sete mil pessoas. O atual titular, Miguel Rossetto, está destinado a assumir uma pasta que pode juntar três secretarias com status de ministério: Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. É mais ou menos o que está pensado. Mas pode mudar. Tudo hoje está parado à espera do que Dilma concederá ao PMDB, que conta com seis ministérios e pode sair da reforma com sete. De relevantes, tem a Agricultura e Minas e Energia. Já está praticamente certo que levará também a Saúde e terá presença marcante na área de infraestrutura. Tudo isso para melhorar o País e tornar mais funcional o governo? Não! Tudo isso para tentar barrar o impeachment. Por Reinaldo Azevedo

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