quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Petrobras propõe reajuste abaixo da inflação pela primeira vez em 12 anos


Pela primeira vez em governos petistas, a Petrobras propôs a seus empregados um reajuste salarial abaixo da inflação. Em reunião nesta quinta-feira (17), a empresa apresentou proposta de aumento de 5,73%, bem inferior aos 9,53% do IPCA acumulado em doze meses encerrados no fim de agosto. Nos últimos 12 anos, a categoria teve ganho real acima da inflação. Neste ano, porém, a companhia enfrenta crise financeira provocada pela queda dos preços do petróleo e pelos efeitos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. "Queremos a rejeição da proposta e o início de uma greve por tempo indeterminado", afirmou o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), Emanuel Cancella. O Sindipetro-RJ é filiado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que pedia reajuste de 18%. Na semana passada, a Petrobras apresentou as cláusulas sociais do acordo coletivo de trabalho, com proposta de corte de 25% dos salários para empregados da área administrativa, em troca de redução equivalente na jornada de trabalho, além de corte no valor das horas extras e criação de banco de horas. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que não participou da reunião com a Petrobras, por discordar do "fatiamento" das negociações por subsidiária. Até o ano passado, a direção da estatal negociava com todas as empresas do grupo de uma só vez. A FUP vem realizando assembléias para aprovar a greve por tempo indeterminado desde o início do mês. Chegou a agendar o início do movimento para o dia 4 de novembro, mas com o foco na resistência ao novo plano de negócios da companhia, que prevê corte de investimentos e venda de ativos. A Petrobras informou que, em caso de greve, "tomará todas as medidas para garantir o abastecimento do mercado, preservando a segurança das operações e dos trabalhadores".

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