quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Senador petista Walter Pinheiro diz não querer "salvar pele de ninguém" e é contra a CPMF

Em discurso no Senado nesta quarta-feira (16), o senador Walter Pinheiro (PT-BA) afirmou que não está preocupado em "salvar a pele de ninguém" e votará contra a retomada da CPMF. O senador criticou as propostas do pacote fiscal que cortam gastos em programas sociais. "É óbvio que eu vou votar contra a CPMF. Não quero votar um projeto aqui, ali e acolá. Eu quero conhecer um projeto que tenha início, meio e fim, que possa me dar garantias de que do outro lado vamos conseguir resolver o problema", disse o senador. "Não estou preocupado em salvar a pele de ninguém, muito menos a nossa. [...] Precisamos e temos a obrigação de encontrar uma saída para a crise do Brasil", disse o senador. Em aparte ao discurso, o senador Paulo Paim (PT-RS) endossou as críticas do colega petista e também cobrou diálogo do governo. "Para nós seria muito mais fácil calar a boca, ficar quietinho. [...] Mas não consigo ficar nessa inércia e acabo falando o que eu sinto", disse. Desde o início do ano, Pinheiro e Paim têm se afastado das reuniões de bancada e do partido, sinalizando que podem deixar o PT. Ambos, contudo, negam que tenham decidido deixar a sigla e alegam que a questão partidária não é prioridade no atual cenário de crise. Além do senador petista, a presidente Dilma Rousseff (PT) também terá um revés em votos conquistados na oposição para a aprovação do ajuste fiscal. Três meses depois de ajudar com oito votos favoráveis a aprovação do ajuste numa articulação com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) promete trabalhar contra a volta da CPMF. "O governo não merece uma segunda chance. E falo isso com tranquilidade porque no início do ano topei um desgaste interno no meu partido para ajudar a provação do ajuste", afirmou o prefeito. Para ACM Neto, o aumento da carga tributária vai agravar ainda mais a recessão, em vez de estimular a atividade econômica. "Para piorar, o governo tem sido comedido no corte de gastos com custeio. Está cortando pouco na própria carne para atingir o cidadão", diz. O prefeito também critica cortes em programas sociais e de investimentos como os R$ 300 milhões previstos para a construção de um sistema de corredores de ônibus em Salvador. O investimento na obra viária na capital baiana seria a principal contrapartida do acordo firmado com Temer, mas não cumprido pelo governo. "A presidente assumiu esse compromisso com Salvador e, agora, depois de muita enrolação, nos informaram que não haverá recursos", afirma o prefeito, cuja obra é tida como fundamental em seu projeto de reeleição em 2016.

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