sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Socialista espanhol Felipe González diz que a Venezuela se converteu em uma ditadura de fato


Classificando-o de preso político, o ex-presidente do governo espanhol, o socialista Felipe González, saiu em defesa do opositor venezuelano Leopoldo López, condenado na quinta-feira a 13 anos de prisão. Para ele, a sentença do líder opositor venezuelano é a confirmação de que o a Venezuela se converteu em uma “ditadura de fato”. A condenação também deixou Estados Unidos, União Européia e diversas organizações de direitos humanos preocupados. “Nem dentro nem fora da Venezuela, ninguém pode ser enganado. O presidente decide pelo Parlamento e pela Justiça”, disse Gonzalez em um comunicado: “López foi condenado por Nicolás Maduro, como todos os outros presos políticos na Venezuela”. Acusado de incitação à violência, incêndios criminosos, danos ao patrimônio público e formação de quadrilha durante os protestos contra o governo no início de 2014, que deixaram 43 mortos, López foi condenado na noite de quinta-feira. A sentença foi lida pelo arremedo de juíza Susana Barreiros, uma sabuja do bolivarianismo e do Foro de São Paulo, após uma audiência de quase 12 horas. Um dia depois, o ex-líder socialista espanhol afirmou ainda que são atribuídas ao opositor os atos de violência e as mortes que são responsabilidade do governo venezuelano. Em junho, González deixou o país após não receber autorização do presidente Nicolás Maduro para visitar o oposicionista na prisão de Ramo Verde ou comparecer à audiência judicial do processo movido contra ele: “Ele foi condenado sem ter cometido nenhum delito, sem nenhum prova contra ele e sem nenhuma garantia no procedimento. O regime decidiu uma condenação por razões políticas, que consuma o processo de destruição de liberdades democráticas empreendido pelo regime”. Para o socialista Felipe González, apenas as eleições parlamentares, convocadas para dia 6 de dezembro “com garantias sérias”, podem devolver a esperança aos venezuelanos “que vivem na escassez, insegurança e violação de seus direitos mais elementares”. Juan Carlos Gutiérrez, um dos advogados de López, disse que a defesa apelará da sentença nos próximos dias por considerá-la injusta e baseada em mentiras. Mais cedo, o Departamento de Estado dos Estados Unidos, por meio de sua encarregada para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, disse estar “preocupado” com a sentença. A União Europeia também se manifestou. Em nota, o bloco, afirmou que o processo contra o opositor e quatro estudantes carecia das garantias adequadas no que diz respeito à transparência e em seu devido processo legal e solicitou que os tribunais de apelação revejam as sentenças “severas” de forma justa. 

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